domingo, 29 de janeiro de 2012


Alckmin apela a Serra para que dispute em SP e Freire oferece o PPS como alternativa para 2014

Geraldo Alckmin encontrou-se em segredo com José Serra. Deu-se há três dias. Dividiram a mesa de jantar. Entre o repasto e o cafezinho, conversaram por cerca de três horas.
Lero vai, lero vem Alckmin fez um apelo a Serra. Pediu-lhe que reveja a decisão de não disputar a prefeitura de São Paulo. Convidou-o a assumir a vaga de candidato do PSDB.
Ao reproduzir o diálogo a políticos que lhe devotam fidelidade, Serra reiterou sua indisposição de trocar as ambições nacionais por um projeto municipal. Sonha com 2014, não com 2012.
Por mais que Serra soe peremptório, o generalato do PSDB resiste em levá-lo a sério. “Sempre foi assim”, diz um quatro estrelas do partido. “Serra se faz de difícil, mas os fatos o levarão a mudar de ideia.”
O PSDB encurrala Serra. O apelo reservado de Alckmin foi precedido de declaração pública de Fernando Henrique Cardoso: Aécio Neves é o “candidato óbvio” do PSDB à sucessão presidencial.
Nas maquinações do alto comando do tucanato, Serra teria duas alternativas: ou vai à sorte dos votos no município ou candidate-se ao ostracismo, sem a tribuna que um mandato propicia.
Serra já exalava irritação. Depois do comentário de FHC, passou a bufar. Olha ao redor com um misto de irritação e decepção. Irrita-se com a falta de sutileza. Decepciona-se com o “desrespeito”.
Para Serra, os operadores do PSDB faltam-lhe com o respeito ao ignorar sua trajetória partidária, sua biografia e os mais de 43 milhões de voto que amelhou na disputa contra Dilma Rousseff, em 2010.
Remando na contramaré, considera-se mais presidenciável do que Aécio. Imerso em seus rancores, diz que o antagonista interno não exibe nem mesmo disposição para se opor ao PT e ao governo.
Nesse ponto, a opinião de Serra coincide com a da maioria. Porém, a cúpula do PSDB prefere empurrar Aécio, um presidenciável zero quilômetro, a reembarcar em Serra, já derrotado por Lula e Dilma.
Num instante em que o tucanato sinaliza a disposição de desligar Serra da tomada caso ele insista em refugar a opção municipal, surgiu no cenário uma fonte alternativa de energia.
Serra recebeu a visita de um velho amigo. Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire convidou-o a abrigar-se na sua legenda. “O PSDB não está sendo correto com Serra”, diz Freire.
“Ele liderou a oposição em 2010, teve quase 44 milhões de votos. Eu disse a ele que, se não tiver condições ou não desejar ficar no PSDB, o PPS é uma alternative real.”
Serra respondeu a Freire que, por ora, não cogita trocar de partido. “Evidentemente, essa hipótese agora faz parte do cenário”, raciocina o mandachuva do PPS.
Freire acrescenta: “Se o Serra vier, não virá sozinho. A perspectiva é de atrair outras lideranças que estejam insatisfeitas e que tenham a ver com a esquerda democrática no Brasil.”
Observador atendo da cena, o vice presidente do DEM, José Carlos Aleluia, enxerga no horizonte de 2014 uma outra fresta pela qual Serra pode se esgueirar.
Aleluia recorda que o PSD, legenda de Gilberto Kassab, reivindica no TSE acesso às verbas do Fundo Partidário e ao tempo de radio e tevê. Acha que o PT dá asas a Kassab sem observar-lhe o plano de vôo.
“Se derem tempo de televisão ao Kassab, a candidatura presidencial do Serra está pronta”, prospecta Aleluia. “O PSD ganha musculatura para ter uma candidatura nacional.”
“E quem será o candidato do Kassab?”, questiona-se o dirigente do DEM. “Muito provavelmente, pelas relações que os unem, será o Serra. Se não for para o Serra, o PSD vai para o Eduardo Campos.”
Citado por Aleluia, o governador pernambucano Eduardo Campos preside o PSB. Cultiva o sonho de tornar-se uma opção presidencial operando do lado de dentro do condomínio governista.
Eduardo achegou-se ao PSD de Kassab já na fase de constituição do novo partido, no ano passado. Para 2012, costura com Kassab alianças em dezenas de municípios brasileiros.
Como se trata de parceria recente, Aleluia crê que, na hora em que as onças tiverem sede, Kassab oferecerá a primeira tina de água a Serra, não a Eduardo.
“Dilma e o PT são, hoje, os maiores interessados em que Kassab não obtenha tempo de tevê”, imagina Aleluia. Há um quê de Wishful thinking nesse tentaiva de exercício da lógica.
Se Kassab prevalecer no TSE, o DEM será o maior prejudicado. No fundo, as palavras de Aleluia carregam o desejo de que o petismo acorde para o “risco Kassab” e se associe ao bloco de partidos que tenta impedir uma virada de mesa na Justiça Eleitoral.
Seja como for, fica entendido que, mantido o cerco do PSDB, Serra já dispõe de portas de saída. Se não quiser digerir o apelo que Alckmin lhe serviu no jantar, pode buscar fora do PSDB atalhos à encruzilhada.
Nessa hipótese, Serra se esquivaria do risco de um infortúnio municipal e manteria semivivo o projeto presidencial. O êxito da empreitada seria incerto. Mas a diversão da plateia estaria assegurada.
Seria engraçado assistir a uma sucessão presidencial em que José ‘Obstinado’ Serra, autocovertido em ex-tucano, medisse forças com Aécio ‘Óbvio’ Neves.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Lula volta ao Planalto para abrir campanha de Haddad

Em solenidade com tom de campanha, ex-presidente prestigia afilhado político, que concorrerá à prefeitura de São Paulo; Aloizio Mercadante assume MEC

Luciana Marques
Mercadante, Michel Temer, Dilma, Lula, Sarney e Haddad na cerimônia de posse dos ministros, em Brasíla
Mercadante, Michel Temer, Dilma, Lula, Sarney e Haddad na cerimônia de posse dos ministros, em Brasíla(PR/Divulgação)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Palácio do Planalto pela primeira vez desde que deixou o posto, nesta terça-feira, para prestigiar a despedida de Fernando Haddad do comando do Ministério da Educação (MEC). Haddad, que entregou o cargo a Aloizio Mercadante, teve a pré-candidatura à prefeitura de São Paulo apadrinhada por Lula. O novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, tomou posse no lugar de Mercadante.
Em seu discurso, Haddad fez questão de agradar o padrinho. Disse que foi uma honra ter trabalhado com um metalúrgico. "Falo isso como um professor universitário", afirmou.  Em tom eleitoreiro, agradeceu a confiança da presidente Dilma Rousseff e disse que estava emocionado por "poder aprovar projetos ousados, poder sonhar com um Brasil diferente, elevar a esperança de jovens brasileiros". 
Palanque – O agora ex-ministro disse, na segunda-feira, que este seria seu primeiro dia de campanha - embora a candidatura não esteja oficializada e a campanha não esteja liberada pela Justiça Eleitoral -, o que suscitou críticas de opositores. A solenidade no Palácio do Planalto ganhou ares de palanque com manifestações de apoio à candidatura. A presidente Dilma não poupou elogios, e chamou Haddad de "grande ministro da Educação", abençoando a candidatura.
"Sempre que uma pessoa talentosa vai enfrentar um desafio, a gente tem que ficar feliz. Nenhum de nós pode ficar onde está, tem que ir além”, disse a presidente. “Fico feliz e ao mesmo tempo infeliz porque se trata de um excepcional gestor público, grande educador e amigo querido.” 
Ela voltou a elogiar o Enem. E, parecendo inspirada pela presença de Lula, fez até uma analogia. "Projeto é que nem criança, se você não acompanhar, não melhora. Você tem que mudar o que está errado", afirmou. "Seria soberba imaginar projeto que nasce é perfeito, ele precisa do teste da realidade. Esses desvios temos a humildade de reconhecer e corrigir." 
Tido como técnico, até o novo ministro da Ciência e Tecnologia fez um discurso político em favor de Haddad: "Seu trabalho em São Paulo terá o nosso apoio", disse. Raupp também citou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem disse ter trabalhado. Sem cerimônia, chamou o vice-presidente Michel Temer de "amigo" e elogiou Mercadante e Dilma: "A eficiência gerencial e exigência de otimização de recursos é uma tônica na atuação dela."
Haddad também se defendeu das críticas às falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em sua gestão. "A cada desafio lançado - e não foram poucos -, o debate se instalava, com turbulências conhecidas e retorno favorável aos avanços, seja na questão das universidades publicas, seja no Enem", disse. 
Ao sucessor Aloizio Mercadante, Haddad disse que o MEC é "apaixonante":  "Na sua gestão tenho certeza, Mercadante, que a educação vai avançar muito mais. Estarei na minha cidade torcendo muito para ver você anunciar indicadores de crescimento". 
O ex-ministro da Ciência e Tecnologia e novo ministro da Educação, que emplacou o sucessor no posto, disse que a pasta "não podia estar em melhores mãos" e destacou a trajetória de Raupp.
Rampa - Lula roubou a cena durante a cerimônia. A presença do ex-chefe do Executivo fez com que políticos petistas e até da oposição interrompessem as férias para prestigiar ao evento, como o presidente do PT, Rui Falcão, e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). 
De chapéu e terno pretos, Lula desceu a famosa rampa do Salão Nobre do Palácio do Planalto ao lado da presidente Dilma Rousseff e foi aplaudido. Ele enfrenta um câncer na laringe desde outubro de 2011. 
A presença do ex-presidente emocionou Dilma. “Para mim é uma honra, pela primeira vez nosso presidente Lula voltar ao Planalto. Com o passar do tempo, a gente fica um monte de chorões. Eu também posso, por não poder conter as lágrimas, chorar”, afirmou.  Mercadante também ficou com a voz embargada em seu discurso.

domingo, 22 de janeiro de 2012


EXPOSIÇÃO REVOLUÇÃO GENÔMICA

Revolução Genômica em São Paulo
Exposição científica abre ao público amanhã no Parque do Ibirapuera
Edição Online - 28/02/2008


© EDUARDO CESAR


Dupla hélice de DNA e mosca-da-fruta ao fundo: jogo simula efeitos de mutações no inseto

Durante os próximos quatro meses e meio os interessados num dos campos mais badalados da ciência contemporânea, o estudo do material genético dos organismos, terão um bom motivo para ir ao Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Abre amanhã (29/02) às 9h a exposição Revolução Genômica, que fica em cartaz no Pavilhão Armando de Arruda Pereira, a antiga sede da Prodam (entrada pelo portão 10), até 13 de julho.

Originalmente concebida pelo Museu de História Natural de Nova York (AMNH, na sigla em inglês), onde ficou em cartaz de maio de 2001 a janeiro de 2002, a mostra foi vista por 800 mil pessoas no exterior. Além de Nova York, percorreu outras cidades norte-americanas, passou pela Nova Zelândia e Hong Kong e agora chega a São Paulo. A exposição no Ibirapuera, na qual foram investidos cerca de R$ 5 milhões e que espera atrair meio milhão de visitantes, é uma promoção do Instituto Sangari, representante oficial do AMNH no Brasil. Cerca de R$ 1 milhão foi gasto na reforma do antigo pavilhão.

Revolução Genômica conta com patrocínio e apoio de empresas privadas e órgãos públicos. A FAPESP é uma das entidades que apóiam a iniciativa. A exemplo do que fez com a exposição Darwin, igualmente oriunda do AMNH, que passou por São Paulo e hoje é uma das atrações do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, o Instituto Sangari também vai levar a nova mostra científica para outras capitais brasileiras. O segundo destino das exposições sobre genes e cromossomos será a capital fluminense. “Nossa missão é divulgar a ciência para a população brasileira”, disse Ben Sangari, presidente do instituto, durante coletiva de impressa hoje pela manhã para apresentação da versão brasileira da mostra.

Ocupando uma área de 2 mil metros quadrados do pavilhão, a exposição  está dividida em três seções principais: Grande Salão do DNA, A Era do Genoma e Genética dos Alimentos. Nesses ambientes os visitantes poderão vivenciar uma série de experiências: passear por dentro de uma célula gigante; simular o efeito de mutações numa mosca-da-fruta (algumas são inócuas, outras alteram as formas do inseto); extrair DNA de morangos; simular o processo de seleção natural num jogo interativo; entender o que é um alimento transgênico. .

“A exposição aqui é maior e mais espetacular do que foi em outros lugares”, disse Alan Draeger, diretor de exposições itinerantes do museu, na coletiva de imprensa. Os organizadores de Revolução Genômica, cuja curadoria está a cargo da jornalista Mônica Teixeira e da geneticista Eliana Dessen da Universidade de São Paulo (USP), não se limitaram a importar o evento que fez sucesso no exterior. Fizeram questão de dar uma cor local à mostra.

A fauna e a flora nacionais, que compõem a riqueza do patrimônio genético do país, ocupam lugar de destaque na versão brasileira da mostra. Por meio de filmes, fotos, exemplares empalhados e vivos, animais e plantas das matas nacionais exemplificam o conceito de biodiversidade e sua ligação com os estudos na área de genômica A contribuição recente da pesquisa brasileira nesse campo do saber, com destaque para o seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa (que causa a doença do amarelinho nos laranjais) e trabalhos na área de genética do câncer e da cana-de-açúcar, é outro diferencial da exposição. Feitos da agricultura brasileira, com auxílio da biotecnologia, também são lembrados.

Programação cultural - “A mostra de São Paulo está sendo montada como em Nova York, mas com o acréscimo de contribuições singulares do Brasil, ligando a questão da genética com a biodiversidade”, comentou o paleontólogo Niles Eldredge, do AMNH, primeiro convidado da série de palestras que farão parte da programação cultural paralela à mostra, organizada por Pesquisa FAPESP.

Criador da teoria do “equilíbrio pontuado” com o falecido paleontólogo e biólogo evolucionário Stephen Jay Gould, Eldredge falará no sábado (01/03) às 15h. As vagas para a apresentação são limitadas, e as inscrições devem ser feitas pelo telefone (11) 3468 7400.  O site de Pesquisa FAPESP cobrirá as  palestras e também disponibilizará a íntegra das apresentações.

No evento de apresentação de Revolução Genômica, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, resumiu o espírito da exposição. “A exposição fala de como as características são levadas de um ser vivo para outro e mostra que esse processo promove mudanças e permanências (nessas características)”, afirmou Brito.

A entrada inteira para a exposição custa R$ 15 e a meia, R$ 7. Escolas particulares e grupos agendados pagam R$ 10. Não há cobrança de ingressos de colégios públicos que marcarem a visita com antecedência. No último domingo de cada mês, a entrada é gratuita para todos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

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