segunda-feira, 28 de abril de 2008

Apesar da "tucanagem", a candidatura de Alckmin poderá se viabilizar (Leia o Blog do Josias)


PSDB formaliza candidatura Alckmin em 5 de maio

Folha
Geraldo Alckmin acertou com a cúpula nacional e com a direção municipal do PSDB o dia do lançamento formal de sua candidatura ao cargo de prefeito de São Paulo. Será daqui a uma semana, em 5 de maio. Seu nome será aprovado em reunião da Executiva do partido na capital paulista.



Com isso, Alckmin pretende enterrar o falatório acerca da possibilidade de desistir da disputa. Nesta segunda-feira (28), para evitar que o diz-que-diz continue a alçar vôo nos sete dias que faltam para a reunião da Executiva, os partidários de Alckmin realizam um ato de apoio a ele. Será num auditório chamado “Espaço Veneza”, na região central de São Paulo.



As especulações que roem a postulação de Alckmin tonificaram-se na semana passada, depois que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) obteve o apoio do PMDB de Orestes Quércia. Sob aplausos invisíveis de José Serra. Embora tucano como Alckmin, Serra joga o seu prestígio na reeleição de Kassab.



Com o assentimento do candidato, o pedaço do PSDB que está com Alckmin prepara uma espécie de arapuca para Serra. Algo que force o governador a apoiar, ao menos em público, a opção partidária. Planeja-se o seguinte:



Depois de receber, finalmente, a chancela formal do PSDB paulistano, Alckmin será aclamado num ato público a ser realizado antes do fim de maio -espera-se que aconteça até o dia 20. A coisa foi concebia para transbordar as fronteiras de São Paulo.



A idéia é arrastar para o ato pró-Alckmin os principais grão-duques do tucanato – de Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra, a Sérgio Guerra, mandachuva de fato; de Arthur Virgílio, líder no Senado, a José Aníbal, líder na Câmara; de Aécio Neves, governador de Minas, a –surpresa (!), pasmo (!!), estupefação (!!!)—José Serra, chefe do Executivo paulista.



Em conversa com o repórter, um auxiliar de Serra brincou: “É preciso ver como vai estar a agenda do governador no dia do evento. A defesa dos interesses do Estado tem exigido do governador muitas viagens. Algumas delas para o exterior.”



A despeito do oba-oba urdido por Alckmin e seu grupo, o candidato tucano continua padecendo de graves fragilidades políticas. Vai à campanha tendo contra si as máquinas do Estado e do município. E faltam-lhe, por ora, aliados capazes de tonificar o seu tempo de TV.



Hoje, o tucano dispõe de escassos 3min de propaganda eleitoral. É menos da metade do tempo de publicidade de Kassab que, vitaminado pelo PMDB, levou ao embornal algo como 7min30s de tempo de TV. Alckmin precisa, desesperadamente, de alianças. Cobiça o PTB (2min de televisão) e o chamado bloquinho (PSB-PDT-PCdoB, 4min de propaganda). Este último é assediado também pelo PT de Marta Suplicy.



Neste domingo (27), Alckmin participou de missa em memória do padrinho político Mário Covas. Celebrou-a um pároco conhecido como padre Ticão. Era velho amigo de Covas, que costumava chamá-lo de "padre Pidão." Uma alusão aos pedidos de ajuda para obras sociais que o prelado custumava encaminhar ao Palácio dos Bandeirantes.



Se estivesse vivo, Covas teria feito aniversário de 78 anos em 21 de abril. Daí a missa. Além de Alckmin, compareceram familiares de Covas e políticos tucanos. Entre eles o deputado federal José Aníbal, líder da legenda na Câmara. Em conversa com o blog, Anibal disse ter encontrado um Alckmin animado com o desafio da campanha. Festejou a decisão de oficializar a candidatura em 5 de maio. "Esse ambiente de indefinição só interessa aos adversários", disse.

Escrito por Josias de Souza às 01h23