domingo, 3 de março de 2013

Por reeleição, Alckmin evita embate com Dilma e petistas


Governador paulista não busca confronto com a popularidade da presidente e mantém relação que rendeu promessas de grandes investimentos para o Estado

02 de março de 2013
22h 04

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Bruno Boghossian, de O Estado de S.Paulo

Há uma semana, quando líderes do PSDB orquestraram discursos, palestras e vídeos para atacar a comemoração do PT por seus dez anos no governo federal, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) sorriu ao ser confrontado com o assunto e se esquivou, com um ditado típico do interior: "Em festa de jacu, inhambu não pia".



Alckmin é um inhambu em um ninho de tucanos que tentam reforçar a polarização com o PT, com o objetivo de desalojar o partido da Presidência nas próximas eleições. Com uma cautela que visa a preservar sua própria reeleição, o paulista evita choques com a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) e mantém estável uma relação que rendeu promessas de investimentos vultosos para seu Estado.



Diferentemente de seus aliados, Alckmin tem sido um cabo eleitoral discreto para o PSDB na pré-campanha presidencial. Apesar de apoiar o nome de Aécio Neves, rechaça publicamente a antecipação do debate eleitoral e poupa disparos contra o PT de Dilma.



Seus auxiliares afirmam que ele pretende adiar um embate partidário com a presidente para manter aberta a torneira de convênios e investimentos federais, como os repasses para o Rodoanel, para o Ferroanel e para o Minha Casa, Minha Vida. Só para a habitação popular, há previsão de que R$ 6,15 bilhões saiam dos cofres federais para São Paulo.



Alckmin tem se mostrado um parceiro da União mais frequente que seu antecessor, José Serra (PSDB). Desde que os petistas assumiram a Presidência da República, em 2003, a participação do Estado nos convênios com o governo federal despencou.



No fim da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governo paulista recebeu 20,3% do valor distribuído aos Estados em convênios. Em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Serra conseguiu captar apenas 6,3% desse bolo.



Alckmin retomou parcerias: no governo Dilma, São Paulo elevou para 9,2% sua participação do volume distribuído.



Segundo aliados, investimentos conjuntos serão apresentados como trunfo do governador na campanha pela reeleição.



A postura de Alckmin diante da popularidade de Dilma e dos bilhões de reais prometidos pelo governo federal é tão amigável que seus auxiliares diretos já admitem que o embate entre PSDB e PT em São Paulo na próxima eleição pode ser suave.



Reservadamente, tucanos acreditam que as urnas serão abertas com uma proporção significativa de votos "Dilmin" - Dilma para presidente e Alckmin para governador. O apelido é uma adaptação dos fenômenos mineiros "Lulécio" (Lula para presidente e Aécio para governador, em 2006) e "Dilmasia" (Dilma para presidente e o tucano Antonio Anastasia para go

Por reeleição, Alckmin evita embate com Dilma e petistas


Governador paulista não busca confronto com a popularidade da presidente e mantém relação que rendeu promessas de grandes investimentos para o Estado

02 de março de 2013
22h 04

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A+ A- Assine a Newsletter Bruno Boghossian, de O Estado de S.Paulo

Há uma semana, quando líderes do PSDB orquestraram discursos, palestras e vídeos para atacar a comemoração do PT por seus dez anos no governo federal, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) sorriu ao ser confrontado com o assunto e se esquivou, com um ditado típico do interior: "Em festa de jacu, inhambu não pia".



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Alckmin é um inhambu em um ninho de tucanos que tentam reforçar a polarização com o PT, com o objetivo de desalojar o partido da Presidência nas próximas eleições. Com uma cautela que visa a preservar sua própria reeleição, o paulista evita choques com a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) e mantém estável uma relação que rendeu promessas de investimentos vultosos para seu Estado.



Diferentemente de seus aliados, Alckmin tem sido um cabo eleitoral discreto para o PSDB na pré-campanha presidencial. Apesar de apoiar o nome de Aécio Neves, rechaça publicamente a antecipação do debate eleitoral e poupa disparos contra o PT de Dilma.



Seus auxiliares afirmam que ele pretende adiar um embate partidário com a presidente para manter aberta a torneira de convênios e investimentos federais, como os repasses para o Rodoanel, para o Ferroanel e para o Minha Casa, Minha Vida. Só para a habitação popular, há previsão de que R$ 6,15 bilhões saiam dos cofres federais para São Paulo.



Alckmin tem se mostrado um parceiro da União mais frequente que seu antecessor, José Serra (PSDB). Desde que os petistas assumiram a Presidência da República, em 2003, a participação do Estado nos convênios com o governo federal despencou.



No fim da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governo paulista recebeu 20,3% do valor distribuído aos Estados em convênios. Em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Serra conseguiu captar apenas 6,3% desse bolo.



Alckmin retomou parcerias: no governo Dilma, São Paulo elevou para 9,2% sua participação do volume distribuído.



Segundo aliados, investimentos conjuntos serão apresentados como trunfo do governador na campanha pela reeleição.



A postura de Alckmin diante da popularidade de Dilma e dos bilhões de reais prometidos pelo governo federal é tão amigável que seus auxiliares diretos já admitem que o embate entre PSDB e PT em São Paulo na próxima eleição pode ser suave.



Reservadamente, tucanos acreditam que as urnas serão abertas com uma proporção significativa de votos "Dilmin" - Dilma para presidente e Alckmin para governador. O apelido é uma adaptação dos fenômenos mineiros "Lulécio" (Lula para presidente e Aécio para governador, em 2006) e "Dilmasia" (Dilma para presidente e o tucano Antonio Anastasia para go