segunda-feira, 26 de março de 2012


Buemba! Serra é o candidato-contrabando

Colunista da BandNews FM, José Simão, comentou as prévias do PSDB para definir candidato à Prefeitura de São Paulo

domingo, 25 de março de 2012

Vencidas as prévias, Serra joga biografia em SP - Josias de Souza




Confirmado nas prévias tucanas como candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra tenta virar a página de sua biografia. Para trás. Seu primeiro desafio será o de convencer o eleitor paulistano de que não enxerga na poltrona de prefeito, que já ocupou, um assento de segunda classe.
O sonho de Serra, como se sabe, é outro. Carrega dois malogros. A derrota de 2010, para Dilma Rousseff, foi seu segundo infortúnio presidencial. O primeiro ocorrera em 2002, contra Lula. Por sua vontade, iria à sorte dos votos, em 2014, na cena federal. Interditado pelo partido, viu-se compelido a olhar para São Paulo.
Daí o desafio. Para convencer o eleitor da província de que merece ser eleito, Serra terá de provar que fala sério quando diz que “o sonho da Presidência está adormecido”. Mais: precisa demonstrar um interesse tal que leve o dono do voto a descrer da hipótese de que suas ambições federais podem despertar repentinamente depois de eleito.
Serra tem contra si, além da natural desconfiança do eleitorado, a pregação dos antagonistas. Fernando Haddad, o rival do PT, não se cansa de ressuscitar o compromisso que Serra assumiu em 2004 e descumpriu em 2006, ao trocar a prefeitura pelo governo do Estado.
Empurrado pelas contingências para uma disputa da qual preferia se abster, Serra tem diante de sia duas alternativas: ou vence ou vence. Perdendo, sua capacidade de operar nacionalmente evolui do sono leve para o coma profundo. Retornando à prefeitura, obtém um mandato que lhe devolve pelo menos a voz.
O momentâneo aprisionamento de Serra no município libera o PSDB federal para conduzir o projeto Aécio Neves-2014, hoje apoiado pela maioria da legenda. É algo que Serra não tem como evitar. Porém, elegendo-se prefeito, ele ganha uma desenvoltura que vai lhe permitir atrapalhar.
Sempre que perguntado sobre a pretensão presidencial de Aécio, Serra declara que o senador mineiro, por quem cultiva mágoas insanáveis, é apenas mais um nome. Empilha vários outros: os governadores Geraldo Alckmin, Marconi Perillo e Beto Richa, por exemplo. Adiciona à lista o senador Aloizio Nunes, do seu grupo político.
São poucos os tucanos que apostam na hipótese de Serra deixar a prefeitura caso venha a ser eleito. O risco de desmoralização desaconselha a ousadia. Mas não há quem duvide de que, eleito, Serra fará o que puder para impedir que Aécio represente o PSDB na próxima sucessão presidencial.

terça-feira, 20 de março de 2012

Para Serra, assinatura de Serra equivale a ‘nada’ (Josias de Souza


Como na sina de Prometeu, José Serra está acorrentado a um suplício. Assumido em 2004 e desonrado em 2006, o compromisso de permanecer na prefeitura até o fim do mandato bica-lhe o fígado com a renitência de uma águia de mitologia grega.
Serra assinara o fatídico documento durante sabatina organizada pela Folha em 14 de setembro de 2004. Dali a dois anos, em 2006, deu o assinado por não rubricado e foi à sorte dos votos na campanha para governador.
Devolvido pelas circunstâncias às querelas municipais, Serra apresenta-se novamente como candidato a prefeito. Numa entrevista radiofônica, foi reinquirido sobre o rompimento do compromisso. Sua emenda piorou o soneto:
“Eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore. Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada…”
Serra não ignorava que o “papelzinho” viraria munição contra ele. No alvorecer da campanha atual, apressou-se em dizer que o sonho do Planalto “está adormecido”. Assegurou que se concentra agora na prefeitura. Jura que, eleito, governará a cidade até 2016.
Um observador incauto perguntaria: ora, se a assinatura de Serra tem perna curta, como levar ao pé da letra um lero-lero que não dispõe nem do anteparo de um “papelzinho.”


domingo, 18 de março de 2012


Aníbal pede votos na web e diz que vence Serra

Considerando-se o noticiário, os tucanos José Aníbal e Ricardo Tripoli são os candidatos mais cotados para tornar José Serra o postulante oficial do PSDB à prefeitura de São Paulo nas prévias que o partido marcou para o próximo domingo.
Tomado pelas palavras, Aníbal considera-se algo diferente, uma espécie de zebra na iminência de acontecer. A uma semana das prévias, o antagonista de Serra levou à web o vídeo acima, no qual pede votos à militância.
De resto, o secretário de Energia de Geraldo Alckmin, repisou no Facebook declarações que contrastam com a explicitação do voto do governador, favorável a Serra:
“Talvez não fosse preciso [o Alckmin] declarar voto. O Serra sabe que vai perder. A militância tem resistência enorme a ele. Serra não tem nada a ver com o partido. Serra, governador, apoiou Kassab em 2008, não o Geraldo.”
Se Aníbal estiver certo e a vitória lhe sorrir no próximo final de semana, as editorias de política de todos os jornais terão de fechar para balanço. José Serra, Geraldo Alckmin e o PSDB também.

sábado, 17 de março de 2012


Haddad atrai os rompidos com PT após mensalão

Estadão


A campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo vai resgatar intelectuais afastados da política e principalmente do PT desde o escândalo do mensalão, em 2005. O programa de governo do ex-ministro da Educação terá participações especiais de renomados pesquisadores e professores universitários, que se distribuirão em comissões temáticas para discutir os principais problemas da capital.
O diagnóstico será somado a pesquisas encomendadas ao publicitário João Santana, responsável pela propaganda de TV do candidato, com o objetivo de verificar as prioridades da população. 'O que se observa, hoje, é um divórcio entre a sociedade e a administração. A ideia é que a campanha de Fernando Haddad crie um movimento suprapartidário para um processo de reflexão sobre a cidade', resumiu o cientista político Aldo Fornazieri, coordenador técnico do programa de governo.
Há uma semana, cerca de 100 intelectuais entre pesquisadores e professores da USP, Unicamp, Unifesp e Fundação-Escola de Sociologia e Política reuniram-se com Haddad. Muitos afastados da política partidária, decidiram colaborar com a campanha e se reaproximar do PT. Na lista constam nomes como Olgária Matos, Ruy Fausto, Leda Paulani, Ricardo Carneiro e Walquíria Leão Rego.
O primeiro seminário temático da plataforma de governo, sobre educação, está marcado para este sábado, 17, e será coordenado pelo professor Mário Sérgio Cortella.
'Ponho minha mão no fogo pelo Fernando, mas, se ele estivesse com Kassab e Meirelles no palanque, ia votar quietinha, mas não participaria', disse a professora titular do Departamento de Economia da USP, Leda Paulani, numa referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) e ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. 'Seria contraditório com tudo o que escrevi.'
Integrante do PSD de Kassab, Meirelles chegou a ser cotado para vice de Haddad, mas a aliança com o PT naufragou depois que o ex-governador José Serra (PSDB) entrou no páreo. A professora respirou aliviada e promete ajudar no programa. Ela se desfiliou do PT depois da crise do mensalão e diz estar feliz por voltar a 'lutar de novo' na política. 'Sabemos como o Fernando pensa e ele tem a capacidade de aglutinar as pessoas. Se fosse outro candidato do PT, seguramente não teria', disse a economista.
Resgate da militância. Para a professora Walquíria Leão Rego, do Departamento de Ciência Política da Unicamp, os intelectuais de esquerda estão dispostos a resgatar a militância política. 'Chegou o momento crucial e há o sentimento de que temos de fazer alguma coisa, mesmo sem tribuna. Não podemos deixar que o Serra faça com o Haddad o que fez com a Dilma em 2010', argumentou Walquíria, numa alusão ao confronto religioso que marcou a campanha entre o ex-governador e a petista Dilma Rousseff, eleita presidente.
'Para os tucanos, o combate em São Paulo é de vida ou morte', disse a socióloga, autora de vários estudos acadêmicos sobre o Bolsa Família.
A plataforma de Haddad terá a educação como eixo e propostas para a descentralização dos espaços públicos. O candidato do PT avalia que todos os equipamentos municipais devem conter mensagens educativas e baterá nessa tecla, embora saiba que Serra, seu provável adversário, tentará puxar a briga para os problemas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
As comissões temáticas encarregadas de apresentar propostas do programa de governo terão dois coordenadores: um será indicado pelo PT e outro, pelo grupo de intelectuais. O comitê de Haddad promoverá, ainda, seminários sobre vocação econômica de São Paulo, desenvolvimento e inovação, meio ambiente e economia verde, saúde, transportes e mobilidade urbana.

terça-feira, 6 de março de 2012


Nem todos os líderes do PSB irão de Serra

Pelo menos oficialmente, o PSB de São Paulo – todos sabem, menos a opinião pública – apoia o tucanato em São Paulo de longa data. Há resistência, sim, a essa política na sua base, assim como por parte de muitas lideranças.

Mas, ao contrário do que diz o senador tucano Aécio Neves, de que a base do partido está com o PSDB, ela não é tucana. São tucanas a bancada e a direção do partido em São Paulo, que sempre apoiaram o PSDB, os ex-governadores Mário Covas e José Serra e o atual governador Geraldo Alckmin.
É bom lembrar, também, que um de seus deputados, Jonas Donizette, que já foi líder na Assembleia Legislativa de São Paulo dos tucanos, e agora é candidato a prefeito em Campinas, com o apoio do PSDB, de Carlos Sampaio, arqui-inimigo do PT. Ele entra nesta campanha depois de ter sido um dos principais protagonistas no golpe institucional que cassou o prefeito Dr. Helio (PDT) e o nosso vice-prefeito, Demétrio Vilagra, que assumiu a prefeitura em seguida, para também ser cassado pela mesma articulação.
Decisões alinhadas

Por outro lado, diz o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PE), que a decisão do partido sobre qual lado apoiar  à prefeitura de São Paulo – se PT ou PSDB – não deve ser tomada antes de junho. Segundo ele, é improvável a possibilidade de intervenção do diretório nacional no local, caso seja declarado apoio à candidatura do PSDB. No entanto, lembrou que no partido as decisões locais têm de ser “alinhadas” às nacionais.
Ou seja, um apoio do PSB a Serra não é impossível nesse quadro. Mas, seguramente, não será acompanhado de várias lideranças.


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quinta-feira, 1 de março de 2012


Para Serra 'é óbvio' que governo vai se mexer por Haddad

Agência EstadoO pré-candidato do PSDB e ex-governador de São Paulo, José Serra, avaliou hoje(1) como natural a mobilização do Palácio do Planalto em torno da candidatura do pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Após reunião com a bancada estadual do PSDB, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Serra ressaltou que o tempo vai mostrar os meios pelos quais o governo federal irá utilizar para alavancar a candidatura do petista em São Paulo.

"É óbvio que o governo federal vai se mexer, isso está dentro do previsto", afirmou o pré-candidato. "Agora, a maneira como fazer, isso o tempo vai mostrando", acrescentou. O ex-governador de São Paulo recebeu nesta tarde o apoio de 21 dos 22 deputados estaduais do PSDB à sua pré-candidatura no processo de prévias tucanas, marcado para o dia 25 de março.
A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem o nome do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), também bispo da Igreja Universal, como o novo ministro da Pesca. Com a indicação, o Palácio do Planalto estaria tentando blindar Haddad de ataques religiosos, bem como viabilizar uma aliança entre PT e PRB na sucessão da Prefeitura de São Paulo, com a eventual desistência da pré-candidatura do ex-deputado federal Celso Russomanno.
Em conversa com jornalistas nesta tarde, Serra avaliou ainda que "seria surpreendente" se o governo federal também não agisse para impedir uma aliança entre PSDB e PSB em São Paulo. Iss porque o PSB integra a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT), mas, em São Paulo, compõe a administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Seria surpreendente se eles fizessem o contrário, isso faz parte", disse o ex-governador.
O líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo, Orlando Morando, que participou da reunião, disse que a indicação do senador Marcelo Crivella para o Ministério da Pesca só irá se confirmar como uma intervenção do governo federal se o ex-deputado federal Celso Russomanno deixar a corrida eleitoral.
Debate
Serra disse que não foi comunicado pela direção municipal do PSDB sobre o pedido feito pelos demais pré-candidatos do partido para a realização de, pelo menos, dois debates antes da realização da eleição interna. Em carta aberta, José Aníbal e Ricardo Trípoli, que são pré-candidatos, criticaram o adiamento do processo de prévias, do dia 4 para 25 de março.
Segundo Serra, a sua estratégia na pré-campanha é visitar os diretórios zonais do PSDB na capital paulista. O pré-candidato tucano antecipou que já projeta a sua equipe de campanha e avaliou como excelentes nomes o deputado estadual Orlando Morando, o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, e o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas. Os dois últimos abriram mão da pré-candidatura em favor de Serra.