quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Marta Suplicy e o PMDB

29/1/2015 9:36
Por Leandro Mazzini - de Brasília


Com a metralhadora giratória verbal na ativa, com o PT como alvo, a senadora e ex-ministra Marta Suplicy está a um passo de se filiar ao PMDB para se lançar candidata à Prefeitura de São Paulo ano que vem. Convites sobram de outros partidos da base e oposição ao governo. Ela ainda não decidiu.

Rep/ACS
O convite do PMDB partiu da direção regional do partido, embora às claras não tenha o aval do vice-presidente da República – e manda-chuva do PMDB – Michel Temer, aliadíssimo do PT e da presidente Dilma, os alvos figadais de Marta.
Revoltada com a atual situação do PT (em especial no noticiário negativo e nos desmandos do governo), a ex-prefeita paulistana, ao mirar a legenda que ajudou a fundar e ainda a acolhe, dá sinais de que a insatisfação é apenas o passo inicial para a debandada de seu pequeno séquito para outro partido. E que, alijada do governo Dilma, é capaz hoje de trilhar sozinha seu caminho sem as bênçãos do PT e do ex-presidente Lula, a quem admira e defende, conforme entrevista recente ao Estadão.
Ex-prefeita de São Paulo não reeleita, Marta tem um significativo potencial de votos na capital paulista, o mesmo que a levou ao Senado Federal em 2010. Tem pouco a perder: seu mandato eletivo na Casa Alta vai até 2019, e uma vez candidata, independentemente do partido, mesmo que eventualmente não vença a eleição, ela mantém o nome na vitrine no maior PIB brasileiro e no mais importante reduto eleitoral do País.
Mas uma recente movimentação política na capital, que envolve especialmente o PMDB, pode ser um entrave num eventual projeto de Marta se filiar ao PMDB e se candidatar. Gabriel Chalita, o quadro mais provável do PMDB para uma candidatura municipal, aliou-se ao prefeito Fernando Haddad (PT) como secretário de Educação. Os sinais são claros: É incoerente um secretário recém-empossado e a um ano da eleição se lançar contra o atual prefeito. O próximo ano pode evidenciar outro pré-acordo: Chalita é potencial candidato a vice na chapa de reeleição de Haddad, o que, obviamente, inviabilizaria uma candidatura de Marta.
Os próximos meses mostrarão quando Marta vai se desarmar, parar de atirar e concentrar-se num projeto político pessoal, independentemente do partido que escolher. Sua saída do PT é considerada inevitável por suas recentes declarações.
Procurada através de sua assessoria, Marta não se pronunciou. 
O Caso Alírio
Já está na mesa do juiz o processo tramitado na 5ª Vara Fazendária em que o MP do Distrito Federal denuncia um deputado, o presidente da OAB local e a esposa do ministro do STF Dias Toffoli por um prejuízo de R$ 25 milhões, em valores de hoje.
São réus na ação o deputado distrital Alírio Neto, o presidente da OAB Ibañeis Rocha, e a procuradora da Câmara Legislativa do DF Roberta Maria Rangel, entre outros.
O MP viu irregularidades no pagamento de juros e correção monetária a “centenas de servidores, ex-servidores e pensionistas” da Câmara Legislativa, referentes a perdas salariais na conversão do URV para o Real em 1994. A Câmara desembolsou pagamentos em 2008 aos servidores após pleito da Associação dos Servidores da Câmara – a ASSECAM. Foi na gestão de Alírio, com parecer da procuradora e o advogado da ASSECAM era o agora presidente da OAB, que foi remunerado em mais de R$ 3,3 milhões.

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Com Equipe DF e SP

sábado, 24 de janeiro de 2015

Abastecimento de água em SP pode entrar em colapso em até 4 meses



Se os níveis de chuva permanecerem como estão em São Paulo, sem melhorarem o volume dos reservatórios que abastecem a cidade, e se o consumo continuar no nível que está hoje, da ordem de 20 m3 por segundo, em três ou no máximo quatro meses chegaremos ao colapso no abastecimento de água no Estado.
O "preocupante" diagnóstico, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, foi feito pelo governo federal na reunião realizada no Planalto na tarde desta sexta-feira, 23. Comandado pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o encontro com seis ministros avaliou a situação crítica dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Para tentar evitar que a situação chegue a este ponto e possa até mesmo comprometer a situação de geração de energia em algumas regiões, como é o caso principalmente do Rio, cada ministério estudará propostas para serem apresentadas em uma próxima reunião no Planalto, na Quarta-feira.
Com estas propostas aprovadas pela presidente Dilma Rousseff, o governo federal vai chamar os governadores dos três Estados para que eles apresentem os planos de contingência de que dispõem e, juntos, possam construir uma proposta conjunta de trabalho para tentar diminuir os prejuízos à população.
Como medida preventiva, o governo federal anunciou a inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma obra que promete aumentar a disponibilidade de água no Sistema Cantareira e beneficiar a região metropolitana de São Paulo, que sofre com a escassez de água.
O projeto de transposição da bacia do Paraíba do Sul ao Sistema Cantareira tem investimento estimado em R$ 830,5 milhões e será executado pela Sabesp, que distribui água no Estado de São Paulo.
O empreendimento é um dos projetos que o governo de São Paulo apresentou à presidente Dilma no fim do ano passado para reforçar o abastecimento de água no Estado. A obra irá integrar as águas da bacia do Rio Paraíba do Sul ao Sistema Cantareira por meio de um canal entre as represas Atibainha, que abastece São Paulo, e o reservatório Jaguari, no Rio de Janeiro.
A expectativa, segundo o Ministério do Planejamento, é que a obra aumente a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,1 metros cúbicos por segundo. O empreendimento de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha na carteira do PAC foi aprovada pelo comitê gestor do programa.
Segundo apurou a reportagem, o governo avaliou também na reunião os impactos da forte estiagem na irrigação, que poderá atrapalhar a produção agrícola e até mesmo na indústria, trazendo prejuízos ao País em momento em que a economia já enfrenta sérios problemas.
Até mesmo um planejamento de redução de fornecimento de água, em caso de agravamento da crise, foi tratado no encontro. Há uma decisão de que hospitais e residências serão preservados. Caso haja necessidade de escalonamento de consumo, uma das medidas poderia ser readequação de horários de aula e até suspensão, em último caso.
Além de Mercadante, participaram da reunião a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e os ministros Eduardo Braga (Minas e Energia), Nelson Barbosa (Planejamento), Gilberto Occhi (Integração Nacional), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário).