sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Estadão está desesperado:Datafolha mostra Serra na liderança e avanço de Dilma


Por que não publicar, como chamada principal, Serra cai e Dilma cresce? Ou então:Dilma empata com Serra num eventual segundo turno?
Agencia Estado


SÃO PAULO - Pesquisa Datafolha divulgada hoje mostra queda na diferença entre os pré-candidatos do PSDB, José Serra, e do PT, Dilma Rousseff, à sucessão presidencial. O levantamento publicado na edição de domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, aponta Serra com 32% das intenções de voto; Dilma Rousseff, com 28%; o deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, com 12%; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), com 8%. Na mostra anterior da Datafolha, divulgada em dezembro de 2009, Serra tinha 37%; Dilma 23%; Ciro 13%; e Marina 8%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Do total de entrevistados (2.623), 9% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 10% informaram que estão indecisos. O levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

A pesquisa também apresentou um cenário sem a presença de Ciro Gomes. Nessa simulação, aumentam para 38% as intenções de voto em Serra (ante 40% na pesquisa realizada entre 14 e 18 de dezembro); Dilma atinge 31% (ante 26% da pesquisa anterior); e Marina Silva fica com 10% (11% no levantamento de dezembro).

No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano lidera com 45% das intenções de voto e a petista aparece com 41%. O levantamento realizado em dezembro apontava Serra com 49% das intenções de voto e Dilma com 34%. Em outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48%, contra 26% de Aécio.

De acordo com o Datafolha, o pré-candidato Serra registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 25%; seguido de Dilma com 23%; Ciro, com 21%; Aécio, com 20%; e Marina, com 19%. A pesquisa avaliou também o índice de aprovação do presidente Lula. Na mostra, a aprovação ficou em 73% (de ótimo e bom). Na pesquisa de dezembro, este índice foi de 72%, o mais alto patamar de popularidade apurado pelo Datafolha.

Enquanto isso, José Serra pedala, de marcha-ré


O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), andaram juntos de bicicleta na inauguração do primeiro trecho da ciclovia às margens do rio Pinheiros, na zona sul de São Paulo. O trajeto tem 14 km e é vizinho à linha de trem da CPTM.

Apesar de comemorar a inauguração, ambos destacaram que este é um primeiro passo no uso do meio de transporte alternativo na cidade. "Futuramente teremos 50 km na Marginal Pinheiros", disse o governador.

Apesar de classificar como "eficiente" a rede de ciclovias da cidade, o prefeito afirmou que o que foi entregue até o momento é "muito títimo" diante das necessidades da capital paulista. "Devemos ter até o final do ano que vem ao menos 100 km de ciclovias e ciclofaixas", disse Kassab.

Quando estiver concluída, a ciclovia terá pouco mais de 20 km de extensão e irá até a Estação Villa Lobos/Jaguaré. A ciclovia estará aberta das 6h às 18h. Os ciclistas poderão deixar a bicicleta nos bicicletários das estações e usar o trem.

A inauguração da ciclovia, que teve início na estação Vila Olímpia da CPTM e se prolongou até a ponte estaiada, foi concorrida e teve a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre outras personalidades políticas e ciclistas.

Serra já era:Dilma cresce em intenção de voto e já encosta em Serra, segundo a Datafolha



Os tucanos hoje não dormem.


Folha Online

Pesquisa Datafolha publicada na edição de domingo da Folha, mostra que a ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) cresceu cinco pontos nas pesquisas de intenção de voto de dezembro para janeiro, atingindo 28%.

No mesmo período, a taxa de intenção de voto no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recuou de 37% para 32%.

Com isso, a diferença entre os dois pré-candidatos recuou de 14 pontos para 4 pontos de dezembro para cá.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. No entanto, é impreciso dizer que o levantamento indica um empate técnico entre Serra e Dilma.

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas com maiores de 16 anos.

Leia a matéria completa na Folha deste domingo, que já está nas bancas.

fonte: Terror do Nordeste

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cassado em SP, Kassab entra com recurso e obtém efeito suspensivo de decisão

Cassações acirram bate-boca sobre favorecimento imobiliário em SP

Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo


  • Michel Filho/Agência O Globo

    A cassação do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e de sua vice, Alda Marco Antônio (PMDB), foi decidida pelo juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, por doações irregulares na campanha às eleições de 2008. A defesa apresentou recurso e obteve efeito suspensivo da decisão

A cassação dos mandatos do prefeito Gilberto Kassab (DEM), de sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), e de mais oito vereadores em razão de irregularidades no recebimento de doações eleitorais, complicou ainda mais a votação da polêmica revisão do plano diretor na capital paulista.

Uma das críticas ao projeto apresentado pelo Executivo, a de que favoreceria o setor imobiliário, reforçou o coro daqueles que lutam contra o Projeto de Lei 671, que prevê a revisão, desde 2007. Mas também provoca a reação dos vereadores que trabalham para aprovar a proposta.

Ao cassar os mandatos (o cumprimento da decisão está suspenso enquanto os recursos não são julgados), o juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral, afirmou que a AIB (Associação Imobiliária Brasileira) seria uma fachada do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). O Secovi afirma não ter vínculo com os recursos, que somam R$ 1,655 milhão.

Para Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo, “se o financiamento de campanha, que é a base de tudo, está viciado, então tudo está viciado”. “Os fatos demonstram que o que temos contestado até agora está correto. A Câmara e o próprio Executivo estão sob suspeita. A pergunta que fica diante dessa constatação, que já passou pelo Ministério Público e pelo Judiciário, é: a nossa cidade será loteada?”

Jurisprudência do TSE, que inclui contas de Lula, favorece Kassab

A depender da jurisprudência, deve ser revertida a decisão que determina a cassação dos diplomas. O entendimento utilizado pela Justiça Eleitoral de São Paulo para condenar o recebimento de doações consideradas vedadas já foi derrubado pelo TSE em casos semelhantes, um deles envolvendo a prestação de contas do presidente Lula nas eleições 2006

Segundo a arquiteta e urbanista, e mais 164 entidades que encaminharam abaixo-assinado à Câmara contra a revisão, a proposta enviada por Kassab, além de beneficiar o setor imobiliário, seria um verdadeiro “desastre ambiental”. “É gravíssimo. E, para piorar, favorece um grupo -construtoras e empreiteiras. Houve audiências públicas, mas não foi especificado no projeto como a opinião da população foi aproveitada. O que a cidade, a comunidade, querem, não é o que as construtoras querem”, defende Lacreta.

O líder do PT na Câmara Municipal, João Antônio, onde o projeto ainda aguarda primeira votação, acredita que, politicamente, o governo não está interessado em apressar o projeto. “O Kassab não quer tocar em frente por causa do desgaste. Tem entidades questionando, e alguns vereadores se somaram a essa oposição. Nós estamos obstruindo essa matéria há dois anos. Mas ele tem a maioria na Câmara. Se quiser que seja votado, será votado”, afirma.

Já para o vereador José Police Neto (PSDB), um dos atingidos pela decisão de cassação e que elaborou o parecer que recomenda a aprovação do projeto, a proposta tem toda condição de ser aprovada. Ele afirma que o setor imobiliário será beneficiado se tudo ficar como está. “Eu recebi dinheiro para a minha campanha, declarei de onde veio e fui eleito. Não escondo de ninguém. Agora, o prejuízo para a cidade vai ser não debater aquilo que já foi dado. Hoje, o setor imobiliário já é beneficiado. Se não houver a revisão, o Secovi já tem o que quer, fica muito bem”, afirma.

O vereador argumenta que todos os pontos polêmicos citados pelas entidades foram discutidos nas audiências públicas e que recomendou que eles sejam incorporados, inclusive a manutenção das macro-áreas, que agora foram aprimoradas e servirão de “termômetros” para o desenvolvimento da cidade.

O que é plano diretor?

O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade. Ele deve identificar e analisar as características físicas, as atividades predominantes e as vocações da cidade, os problemas e as potencialidades. É um conjunto de regras básicas que determinam o que pode e o que não pode ser feito em cada parte de cidade.

“Ao ler o projeto eu verifico que ele atenuou, reduziu a liberdade dada à especulação. Vamos privilegiar agora o que não foi feito no passado. Por que a cidade tem impermeabilização quase total? Por que tem enchentes, congestionamentos? Por que foi isso que aprovaram no passado, escolheram dar vantagem a um forte setor da economia e ao Secovi”, completou.

Ainda segundo Police Neto, criticar a revisão é uma “cortina de fumaça daqueles que não querem perder os ganhos que têm atualmente”. “É claro que houve um desgaste [em razão das cassações], mas a cidade já foi vendida. O que nós não queremos é entregar para quem a comprou. Essas críticas são uma armadilha de quem não quer perder o que tem. E hoje, pode mais quem tem mais. A cidade cresce para onde tem o interesse da grana, das construtoras. Eu vou trabalhar para que esses direitos, porque hoje são direitos previstos em lei, não sejam mantidos”, finaliza.

Os pontos polêmicos da revisão

Macro-áreas
O município passa a ter só duas divisões urbanísticas: a macrozona de proteção ambiental e a de requalificação urbana, segundo o governo, porque particularidades de cada região já estão definidas na Lei de Zoneamento. Hoje, são quatro macro-áreas, que dividem bairros da capital de acordo com grau de ocupação e infraestrutura
Para os especialistas
O fim das macro-áreas impossibilita diferenciar espaços e permite construção de grandes empreendimentos em áreas inadequadas. Além disso, uma série de projetos para alterar pontualmente a Lei de Zoneamento poderiam ser aprovados e, sem o critério previsto no plano diretor, afetando o planejamento urbano
Zonas especiais de interesse social
Não existiriam mais áreas de assentamentos habitacionais de população de baixa renda
Especialistas
Eliminaria a obrigação da prefeitura de criar moradias populares e significaria a concessão ao mercado imobiliário
Estoque
Autoriza construções com até seis vezes a área do terreno, em todas as áreas, e não somente na Operação Urbana Centro, como hoje acontece
Especialistas
Temem o descontrole da verticalização, com a construção de arranha-céus em toda a cidade, mesmo em bairros onde hoje não existem prédios

Para João Antonio, caso haja a votação ainda este ano, a aprovação deve enfrentar resistência se as mudanças não foram de fato incorporadas. “A saída é eles chamarem a sociedade e os vereadores e fazerem um acordo. Do jeito que está, significa entregar a cidade ao mercado imobiliário. Se mudarem, nós topamos votar”, completou.

Outro lado
Segundo a prefeitura, o plano consiste em uma série de diretrizes para organizar o desenvolvimento físico-territorial da cidade, incluindo aquelas para áreas verdes, drenagem, sistema viário, transportes. “A forma com a qual o mercado imobiliário poderia ser favorecido, que é mudando o zoneamento da cidade, não é tratada no plano diretor, e sim, na Lei de Zoneamento, uma outra legislação complementar ao plano, que não está em discussão”, diz em nota.

Sobre a possibilidade de o projeto ser retirado, a prefeitura diz que o próprio plano em vigor determina que haja a revisão. “Porém, isso só vai ocorrer quando todos os debates estiverem esgotados, quando não houver mais questões de conteúdo a serem debatidas. Tanto é que o plano está há mais de dois anos na Câmara Municipal, seguindo o trâmite normal, e já foi objeto de mais de 60 audiências públicas.”

Por fim, diz que o texto da proposta de revisão do plano diretor existe desde 2007 tendo sido encaminhada pelo Executivo à Câmara Municipal em outubro de 2007, portanto, não persiste a afirmação de que doações de campanha, consideradas irregulares pela Justiça Eleitoral, teriam sido o pano de fundo para as alterações propostas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Justiça acolhe pedido da defesa e suspende cassação de Kassab

FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

A Justiça Eleitoral acolheu nesta segunda-feira pedido de efeito suspensivo formulado pela defesa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), cassado por suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008. Com isso, a sentença de cassação está suspensa até o pronunciamento do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo.

Kassab já foi informado por seus advogados da decisão sobre o efeito suspensivo. No pedido, o advogado Ricardo Penteado pediu à Justiça Eleitoral a improcedência da ação com base na jurisprudência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre doações a candidatos ou partidos na campanha eleitoral.

Penteado afirmou que a regra da Lei Eleitoral que proíbe candidatos receberem doações de concessionárias de serviços público não se aplica a empresas que participam de sociedade legalmente constituída, de acordo com a jurisprudência do TSE.

A decisão da Justiça Eleitoral que cassou o mandato de Kassab também vale para a vice-prefeita Alda Marco Antonio (PSDB) e para oito vereadores. As sentenças do juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, foram divulgadas nesta segunda-feira.

Eles tiveram o mandato cassado e se tornaram inelegíveis por três anos por supostamente receberem doações ilegais na campanha de 2008.

Os vereadores cassados pelo juiz da primeira instância são: Antonio Donato (PT), Arselino Tatto (PT), Gilberto Natalini (PSDB), Italo Cardoso (PT), José Américo (PT), José Police Neto (PSDB), Juliana Cardoso (PT) e Marco Aurélio Cunha (DEM).

O juiz aprovou as contas dos candidatos a prefeitos em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Os vereadores eleitos João Antonio (PT), Mara Gabrilli (PSDB) e Milton Leite (DEM) também tiveram as contas aprovadas.

Segundo as sentenças divulgadas hoje, Kassab e Alda receberam R$ 10 milhões em doações irregulares. O valor representa 33,5% do total declarado na prestação de contas do prefeito --cerca de R$ 29,8 milhões.

Silveira estabeleceu o percentual de 20% da arrecadação como piso para caracterizar o abuso de poder econômico. O juiz aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral, que acusou o prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú.

A Lei Eleitoral proíbe que candidatos ou partidos políticos recebam doações de empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. No caso de Kassab, seriam as construtoras que prestam serviços à Prefeitura de São Paulo.

Em 2009, o mesmo juiz cassou outros 16 vereadores por receberem doações ilegais. Eles recorreram ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. As sentenças foram suspensas até o julgamento do recurso no tribunal. O caso aguarda análise dos sete juízes do TRE.

Com Folha Online

Impacto eleitoral de cassação de Kassab preocupa Serra

da Folha Online

Desde a noite de sábado, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acompanha, apreensivo, os desdobramentos da cassação do mandato do prefeito Gilberto Kassab, com quem conversou ao telefone, informa a reportagem de Catia Seabra.

Entre tucanos e democratas, a orientação foi a de evitar contaminação política, restringindo o problema ao campo técnico.

Embora concordem que Kassab não afrontou a lei, a controvérsia preocupa serristas por coincidir com um inferno astral experimentado pelo DEM e pelo prefeito.

Além da prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), as seguidas enchentes enfrentadas pela população paulistana provocaram desgaste na administração Kassab num momento em que Serra reúne coragem para trocar a hipótese de reeleição por uma disputa que promete ser difícil pela Presidência da República.

Fora isso, o próprio Serra reclamou pessoalmente com Kassab de duas medidas impopulares adotadas pela gestão: o reajuste do IPTU e das tarifas de ônibus. Segundo tucanos, Serra se queixa especialmente do fato de o anúncio ter sido previamente antecipado, "sangrando" por dias.

DEM

O DEM criticou a decisão do juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira, de cassar o mandato do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, por suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008. A decisão deve ser publicada no "Diário Oficial" de terça-feira, e a cassação do prefeito vale oficialmente após esse ato formal.

Para o partido, a decisão é "incoerente", "eleitoral", "irresponsável" e "criminosa". Mesmo assim, de acordo com o líder da legenda no Senado, José Agripino Maia (DEM-RN), o DEM está tranquilo e confia na Justiça. Ele preferiu não politizar a decisão, porém ressaltou que as "as decisões judiciais tem que ser coerentes".

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), por outro lado, considera a decisão "100% eleitoral, irresponsável e criminosa". Segundo ele, a cassação visa a criar desconforto e instabilidade ao partido e "sem dúvida" atingir a eventual candidatura à Presidência do governador José Serra (PSDB-SP), principal aliado político de Kassab.

Caiado avalia que se a decisão for levada adiante mostrará que a Justiça Eleitoral "tem dois pesos e duas medidas". Isso porque, segundo o partido, há jurisprudência que permite a doação de empresas que são sócias de concessionárias de serviços públicos sob gestão dos cargos em disputa eleitoral.

O líder do partido na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), afirmou que o pedido de cassação é um assunto "técnico e jurídico que está se transformando em político apenas porque envolve o prefeito de São Paulo". Para Bornhausen, "as análises das doações já foram feitas e aceitas dentro da lei. Mas o juiz resolveu, em cima dos fatos, dizer que não".

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse estar "absolutamente tranquilo", já que "as contas estão rigorosamente dentro da lei". "Não tenho dúvida alguma a este respeito, na prestação de contas de Kassab as determinações legais foram seguidas integralmente", disse.

Confiança

O prefeito de São Paulo negou ter recebido doações ilegais na campanha de 2008 e disse não temer perder seu mandato. "Não temo [perder o mandato]. Estou realmente confiando na Justiça, sempre confiei. E volto a afirmar que tudo foi feito corretamente."

"Essa ação já foi adotada em relação a outros candidatos e foi suspensa. Nossa confiança é que possa acontecer da parte da Justiça o mesmo encaminhamento."

Segundo ele, sua defesa irá recorrer da decisão. "Nossos advogados terão a oportunidade de expor tudo que foi feito, mais uma vez. Nossas contas já foram aprovadas pela Justiça."

Ao ser questionado sobre a influência da cassação nas eleições deste ano, Kassab disse que a decisão da Justiça não é política. "A decisão é técnica e, tecnicamente, estamos todos convencidos de que foi feito corretamente."

Em nota, a defesa do prefeito afirma que causa "perplexidade e insegurança jurídica" que assuntos e temas já decididos há tantos anos pela Justiça sejam reabertos e reinterpretados sem nenhuma base legal e contrariando jurisprudência do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Por esse mesmo motivo seriam cassados desde o presidente Lula até o vereador do menor município do Brasil."

Como antecipado pela Folha no último dia 3, Kassab corria o risco de ser cassado porque perícia contábil da Justiça Eleitoral apontou que 33% dos recursos arrecadados pelo prefeito no último pleito municipal tiveram origem em fontes de contribuição consideradas ilegais pelo Ministério Público.

O juiz Aloísio Silveira também já apresentou em cartório as sentenças nos processos contra a petista Marta Suplicy e o tucano Geraldo Alckmin, candidatos em 2008.

No processo contra Kassab, o promotor eleitoral Maurício Lopes acusou o prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú --cujas contribuições somaram mais de R$10 milhões em 2008.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Justiça eleitoral cassa mandato de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo

Estadão

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a vice, Alda Marco Antonio (PMDB), tiveram o mandato cassado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008. A decisão, em primeira instância, torna Kassab o primeiro prefeito da capital cassado no exercício do mandato desde a redemocratização, em 1985. Como o recurso tem efeito suspensivo imediato, os dois podem recorrer da sentença sem ter de deixar os cargos.

Entre as doadoras consideradas ilegais estão a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de concessionárias de serviços públicos, como Camargo Corrêa e OAS. Ao todo, a coligação de Kassab e Alda gastou R$ 29,76 milhões na campanha, dos quais R$ 10 milhões são considerados irregulares pela Justiça. A sentença será publicada no Diário Oficial de terça-feira, quando passa a contar o prazo de três dias para o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Silveira disse ontem ao Jornal da Tarde que já julgou os processos de Kassab, nove vereadores e dos candidatos derrotados na eleição à Prefeitura em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo

Alckmin (PSDB), todos alvos de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), mas que não poderia informar quais dos réus foram cassados antes da publicação, na terça. Falta julgar o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e duas empresas acusadas de repasse ilegal.

O juiz afirmou, contudo, que manteve nas suas decisões o mesmo entendimento que levou à cassação de 16 vereadores no fim do ano passado. No caso, todos os políticos que receberam acima de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada foram cassados. "Se passou de 20%, independentemente do nome, tenho aplicado a pena por coerência e usado esse piso como caracterizador do abuso de poder econômico na eleição, um círculo vicioso que dita a campanha e altera a vontade do eleitor", afirmou Silveira.

Além de cassar o diploma do prefeito e da vice, a sentença os torna inelegíveis por três anos. Dos 13 vereadores que aguardavam a decisão da Justiça Eleitoral, dez ultrapassavam o limite em doações consideradas ilegais. São eles: o líder do governo, José Police Neto (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Gilberto Natalini (PSDB) e Edir Sales (DEM), da base governista, e os petistas Antonio Donato, Arselino Tatto, Ítalo Cardoso, José Américo e Juliana Cardoso, além de Rodrigues (PR).

Fonte vedada

Nas decisões, Silveira considerou como fonte vedada de doação eleitoral empreiteiras que integram concessionárias de serviços públicos e a AIB. A entidade é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de servir de fachada do Sindicato da Habitação (Secovi). Por lei, sindicatos não podem fazer doações a candidatos, comitês e partidos. Só da AIB a campanha de Kassab recebeu R$ 2,7 milhões. A entidade e o Secovi negam haver irregularidades.

"Um acionista, mesmo que minoritário, que tem faturamento de R$ 500 milhões, faz estrago numa campanha porque ele tira renda da concessionária. Embora seja um voto vencido, por conta da decisão do ministro Velloso, me convenceu", afirmou Silveira, citando decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso favorável a essas doações nas eleições de 2006.

O inciso 3º do artigo 24 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97) proíbe "concessionário ou permissionário" de fazer doações de qualquer espécie a candidatos ou partidos políticos. E embora a última manifestação do TSE, em 2006, tenha considerado legais doações de empresas com participação em concessionárias, votos proferidos no passado pelos ministros Cezar Peluso, Carlos Ayres Brito e Ellen Gracie repudiaram a prática.

Sem conhecimento

Procurada pela reportagem, a assessoria de Kassab afirmou que o advogado do prefeito, Ricardo Penteado, ainda não tinha tomado conhecimento da sentença de cassação e tampouco havia confirmação a respeito. E que, por isso, nenhum dos dois se pronunciaria a respeito do caso. Alguns vereadores procurados para confirmar se haviam sido notificados de alguma decisão judicial também não quiseram dar entrevista.

Apenas o democrata Marco Aurélio Cunha comentou a decisão. "Qualquer que seja a decisão, vai ter uma defesa adequada. É um absurdo jurídico. Fui o vereador que menos gastou e com todas as contas publicadas", disse.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

São Paulo permanece em estado de atenção por conta da chuva; homem continua desaparecido

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Atualizado às 9h20

  • Marlene Bergamo/Folha Imagem

    Chuva provoca alagamento no cruzamento da avenida Francisco Matarazzo com a avenida Pompeia, na zona oeste da capital

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) mantém desde às 3h30 de hoje o estado de atenção em todas as regiões do município de São Paulo, em virtude das chuvas que atingem a cidade desde o início da madrugada. Segundo o CGE, a chuva é provocada pela passagem de uma frente fria. Por volta das 9h20, a cidade registrava 12 pontos de alagamentos, todos transitáveis, e os congestionamentos somavam 78 km (9,4% das vias monitoradas).

Saiba como agir no trânsito durante um temporal

Confira os pontos de alagamentos:
- Av. Magalhães de Castro, próximo a Ponte Eng. Roberto Rossi Zuccolo
- R. Romão Gomes, próximo a av. Valdemar Ferreira
- Av. Das Nações Unidas, próximo a Ponte dos Remédio, sentido Castelo Branco
- Av. Eusébio Matoso, próximo a rua Dona Maria Dulce Nogueira Garcez, sentido bairro
- Marginal Pinheiros, próximo a Ponte Eusébio Matoso, sentido Castelo Branco
- Av. Eusébio Matoso, próximo a Ponte Eusébio Matoso, sentido bairro
- Av. Assis Chateaubriand, próximo a rua Prof. Milton Rodrigues, sentido Castelo Branco
- Av. Das Nações Unidas, próximo a av. Jornalista Roberto Marinho, sentido Castelo Branco
- Túnel Noite Ilustrada, próximo a av. Dr. Arnaldo
- Viaduto do Glicério, próximo a rua do Glicério
- Vel. Pres. Arthur da Costa e Silva, próximo a av. Angélica
- R. Dr. Albuquerque Lins, próximo a Pç. Marechal Deodoro, nos dois sentidos

Veja imagens da chuva que atingiu SP

O CGE ainda informa que novos pontos de alagamento poderão surgir e a continuidade dessas chuvas poderá também causar mais transtornos. Durante a manhã, as marginais concentravam 29,5% do trânsito da cidade.

Além dos alagamentos, o Corpo de Bombeiros da cidade retomam nesta manhã as buscas por um homem desaparecido na avenida Professor Abraão de Morais, na Saúde, zona sul de São Paulo, em virtude da forte chuva que caiu na cidade no final da tarde de quarta-feira (17).

De acordo com os bombeiros, pessoas relataram que um homem vestindo bermuda caiu em um córrego por volta das 19h20, na altura do número 1.800 da avenida, próximo ao shopping Plaza Sul.

O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, registrou alagamento na via das 19h40 às 20h03, no cruzamento com a avenida Miguel Estefano.

Equipes realizaram buscas na região, até chegar à avenida do Estado, durante toda a noite de ontem, mas ninguém foi localizado.

Chuva de ontem
A chuva desta quarta-feira deixou toda a cidade de São Paulo em estado de atenção para alagamentos. As primeiras regiões a entrar na situação foram a marginal Pinheiros e as zonas leste, sudeste, oeste e sul, às 16h. A marginal Tietê, o centro e a zona norte foram incluídas às 17h40.

Ao todo, foram registrados 74 pontos de alagamento em vias da cidade --16 deles impediram a passagem de veículos. Os bombeiros receberam diversos chamados de pessoas ilhadas.

Às 16h15, o aeroporto de Guarulhos registrou rajadas de vento de 36 km/h, e o aeroporto de Congonhas (zona sul) suspendeu pousos e decolagens das 18h49 às 19h33.

Até as 19h50 de ontem, a estação meteorológica do CGE localizada na Consolação registrou 69 mm de chuva (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado) --o valor representa 32% da média prevista para todo o mês de fevereiro, que é de 217 mm.

*Com informações da Folha Online

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Que saudade da São Paulo da garoa!


Os prejuízos causados pelas chuvas em São Paulo vêm sendo tratados pelos meios de comunicação como uma mera fatalidade, fruto de uma excepcionalidade da natureza. Em artigo escrito em 1995, o professor Ladislau Dowbor já alertava que não era mais possível dizer, a cada ano, que se tratava das maiores chuvas da história, de um fenômeno excepcional. "Na realidade, a enchente tornou-se uma companheira permanente da cidade por uma simples razão de formas de urbanização", escreveu Dowbor.

Artigo publicado originalmente em 23 de março de 1995 no jornal O Estado de São Paulo.

Não é mais possível dizer, a cada ano, que se trata das maiores chuvas da história, de fenômeno “excepcional”. Na realidade, a enchente tornou-se uma companheira permanente da cidade por uma simples razão de formas de urbanização.

São Paulo representa hoje uma mancha urbana da ordem de 1.500 quilômetros quadrados, cerca de 30 por 50 quilômetros. Isso significa que, com 100 milímetros de chuva, buscam saída 150 milhões de toneladas de água.

A principal forma de escoamento consiste na simples infiltração da água no solo, aproveitando a sua permeabilidade, particularmente nas várzeas, que atuam como grandes esponjas. Acontece que, com a crescente camada de asfalto e cimento, cerca de dois terços da cidade estão impermeabilizados. Por outro lado, a ausência de cobertura vegetal e a concentração de construções aumentam a temperatura em até 10 graus em certas regiões da Cidade, favorecendo chuvas torrenciais e liquidando os bons tempos da garoa.

As empresas de loteamento destroem regularmente a cobertura vegetal, reduzindo também a filtração da água para dentro do solo. E as empreiteiras e especuladores imobiliários liquidam as várzeas.

Em outros termos, construímos na Cidade um gigantesco tobogã de água e nos espantamos que mesmo chuvas médias provoquem enchentes.

O fenônemo é, por sua vez, agravado pelas formas como é enfrentado. Cada bairro sujeito a enchentes batalha a canalização do seu córrego e, de bairro em bairro, provocamos a chegada mais rápida da água às partes baixas da Cidade. Só que nas partes baixas o efeito é cada vez mais dramático, pois uma massa cada vez maior de água chega mais rapidamente. O tobogã aumentou.

A primeira conclusão é, portanto, bastante simples: em vez de políticas em fatias, ou clientelísticas, precisamos é de um plano. E em vez de simples canalizações que aceleram o fluxo da água, precisamos proteger as várzeas, recuperar a permeabilidade do solo e melhorar a retenção de água nas areas intermediárias.

Os exemplos são inúmeros. Na Suíca, para cada 100 metros quadrados construídos é preciso reservar determinada superfície verde e permeável. A cidade de Londrina está transformando suas bacias em parques, gramando as beiras de córregos, plantando árvores e multiplicando espaços de lazer. Outras cidades estão rearborizando loteamentos e encostas das bacias, para reter a água e reduzir o assoreamento.

No nosso caso, não resolvemos o problema dos córregos, entulhados e assoerados, e aumentamos o problema do Tietê. Na realidade, a equação em que, em permanência, trabalham de um lado os caminhões e as dragas, e de outro, chegam regularmente a terra carregada pelos córregos e os detritos dos paulistano é o sonho de qualquer empresa de desassoreamento. É um fluxo de centenas de milhões de dólares.

O problema no seu conjunto é parecido com o dos carros em São Paulo. Como não há mais espaço para escoamento, abrem-se mais avenidas, o que leva a mais carros. Constatando-se que as avenidas não bastam, fazem-se elevados e túneis, que permitem que os carros chegem muito mais rapidamente a outros gargalos mais intensos. O problema do trânsito, evidentemente, exige que paremos um pouco para pensar e trabalhemos mais a concepção do metrô e outras formas de transporte coletivo, porque abrir mais espaço para carros apenas desloca o problema, não o resolve.

No nosso drama da água, agora que o sol parece começar a enxugar as nossas lamentações, ao menos até o ano que vem, seria igualmente melhor trabalharmos a compreensão estrutural do problema, resgatarmos a prática do planejamento. E, sobretudo, precisamos parar de pensar que a urbanização seja uma questão de obras, de asfalto e concreto.

Ladislau Dowbor é doutor em Ciências Econômicas pela Universidade de Varsóvia, professor titular da PUC-SP.



Fotos: Lucas Duarte de Souza

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Com festa corintiana, segunda noite de desfiles é marcada pelo equilíbrio





Fotomontagem

Sabrina Sato foi madrinha da bateria da Gaviões em desfile que teve o jogador Ronaldo como principal destaque

Uol
Da Redação

A segunda noite de desfiles do grupo especial do Carnaval de São Paulo foi marcada pela grande festa corintiana na apresentação da Gaviões da Fiel, e por desfiles equilibrados de Mocidade Alegre, X9 Paulistana, Império de Casa Verde e Pérola Negra.

No desfile mais festejado da noite, a torcida corintiana cantou enredo da Gaviões da Fiel que fez homenagem ao centenário do clube, em apresentação que contou com a participação do jogador Ronaldo e outros membros do elenco do time como destaques. Personalidades da história do Corinthians, como Sócrates e Marlene Matheus, também participaram da festa.

TODOS OS DESFILES DO CARNAVAL EM SÃO PAULO

IMPERADOR DO IPIRANGA
LEANDRO DE ITAQUERA
ACADÊMICOS DO TUCURUVI
MANCHA VERDE
UNIDOS DE VILA MARIA
ROSAS DE OURO
VAI-VAI
ÁGUIA DE OURO
TOM MAIOR
MOCIDADE ALEGRE
X-9 PAULISTANA
GAVIÕES DA FIEL
IMPÉRIO DE CASA VERDE
PÉROLA NEGRA

Em um dos melhores desfiles da noite, a Mocidade Alegre apresentou enredo "Da Criação do Universo ao Sonho Eterno do Criador, Eu Sou Espelho e Me Espelho Em Quem Me Criou!!!", tratando da imagem do homem na história. A campeã de 2009 se destacou, por exemplo, com a comissão de frente chamada "Luz do Criador", em cujas fantasias foram instaladas 450 lâmpadas. O desfile da Mocidade também marcou o retorno de Nani Moreira ao posto de rainha da bateria, depois de ficar um ano afastada.

Quarta escola a desfilar, a X9 Paulistana, que completa 35 anos de existência, tomou a Revolução dos Cravos em Portugal como inspiração para reverenciar as influências do país europeu sobre a cultura brasileira. Com predomínio das cores das bandeiras brasileira e portuguesa, a escola abordou temas como a colonização do Brasil, a culinária e as festas religiosas surgidas da influência lusa. Entre os destaques da apresentação, estiveram o cantor Roberto Leal e a ex-chacrete Rita Cadillac, vestida como Dona Maria, a Louca.

Outro bom desfile da noite foi da Império de Casa Verde, que cantou os 400 anos da cidade paulista de Itu. Tomando aspectos geográficos e os famosos objetos de tamanho exagerado da cidade, a escola da zona norte de São Paulo levou para o sambódromo alegorias variadas e bem executadas, e animou o público com uma apresentação bem desenvolvida.

Última escola a desfilar no grupo especial de 2010, a Pérola Negra terminou seu desfile já sob o amanhecer do domingo (14), com enredo inspirado no cantor e apresentador Rolando Boldrin.

Usando as cores verde e amarelo como bases para as alegorias, a escola abordou detalhes culturais de várias regiões, como o cerrado, os pampas etc. Em uma apresentação simples mas competente, a escola da zona oeste misturou a biografia de Boldrin a elementos da cultura brasileira como a música e os "causos" sertanejos.

Também homenagearam cidades as escolas Águia de Ouro e Tom maior, cantando as histórias de Ribeirão Preto e Brasília, respectivamente.




* Montagem/UOL

Destaque da Império de Casa Verde e carro alegórico da Mocidade Alegre

Agremiação que abriu a noite, a Águia de Ouro levou para a avenida uma mistura entre a história de amor entre os orixás Oxum e Oxóssi e o desenvolvimento da cidade de Ribeirão Preto.

Comemorando a história de Brasília, a Tom Maior foi a segunda escola a desfilar na noite de sábado e começou sua apresentação com dificuldades. Minutos antes de entrar na avenida, o carro abre-alas ainda passava por ajustes finais, o que levou alguns de seus destaques a desfilarem no chão.

Entre as personalidades, a dançarina Adriana Bombom desfilou fantasia que representou os operários que construíram a capital federal. No segundo carro, desfilou o deputado federal Frank Aguiar, fantasiado de Juscelino Kubitschek. Outro destaque da escola foi a volta da modelo Dani Sperle (que se feriu na avenida durante o desfile da Imperador do Ipiranga), desfilando com o corpo cravejado de cristais.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Serra vê carnaval do Rio como referência

Da Agência Estado

São Paulo - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), elogiou hoje o desfile das escolas de samba de São Paulo, mas observou que o carnaval de São Paulo não pode ser comparado com o do Rio. "É uma festa bonita, gostosa e descontraída. O carnaval paulista está cada ano melhor, mas nunca vai poder ser comparado ao do Rio, dentro de um mesmo contexto", disse, pouco antes de deixar o Camarote Oficial do Sambódromo do Anhembi. O governador assistiu parte do desfile da Imperador do Ipiranga do camarote, onde ficou por cinquenta minutos. "O carnaval do Rio é referência. O que importa é caminharmos nessa direção", afirmou Serra. "Nosso carnaval ainda não atrai turistas, mas isso aos poucos pode ser superado."

O governador confirmou que marcará presença no carnaval do Recife, no bloco Galo da Madrugada, e negou que tenha ampliado sua "agenda carnavalesca" por conta das eleições de outubro. Serra é o possível candidato do PSDB à Presidência da República. "Todo ano eu faço isso. Eu até dancei aqui e no ano passado eu fui para o Rio." Questionado se gostaria de passar o próximo carnaval no Distrito Federal, onde tem residência o presidente da República, o tucano apenas sorriu e encerrou a entrevista coletiva.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

PM de Serra e guarda de Kassab reprimem alagados

Fotos: Fábio Braga e Marlene Bérgamo/Folha e Nelson Antoine/Arena

Sob águas há dois meses, moradores pobres de São Paulo decidiram fazer nesta segunda (8) o que lhes resta: protestar.

Acompanhada de políticos do PT e do PSOL, uma multidão de cerca de 200 pessoas aglomerou-se defronte do prédio da prefeitura.

Alguns traziam na face narizes de palhaço. Outros portavam garrafas com a água suja das enchentes e recipientes com cobras trazidas pelas águas.

Para o barulho, buzinas de mão. Para amplificar a voz: faixas e cartazes. Entre outras coisas, os manifestantes pedem:

A desobstrução de uma barragem, para facilitar o escoamento das águas da chuva e moradias para os que perderam suas casas. Súbito, deu-se um rififi.

A PM do governador José Serra e a Guarda Municipal do prefeito Gilberto Kassab resolveram lidar com o protesto na base do cassetete e do gás de pimenta.

“Incompetência e insensibilidade”, abespinhou-se o vereador petista José Américo. Prometeu representar contra o comandante da operação.

No comando, o major PM Marcos Antonio Rangel Torres explicou-se assim:

"A PM não tinha ordem para usar gás de pimenta contra ninguém. Se houve exagero, isso será apurado pela Polícia Militar".

Passado o lufa-lufa, uma comissão de manifestantes foi, afinal, recebida na Secretaria de Relações Institucionais da prefeitura.

Nem sinal do prefeito ‘demo’ Gilberto Kassab. Nada de concreto foi deliberado. Marcou-se nova reunião para sexta-feira.

Os manifestantes esperam que, além de Kassab, também o governador tucano José Serra dê as caras.

O tucanato exerce o poder em São Paulo há arrastados 16 anos. Na prefeitura, depois dos flagelos Maluf e Pitta, intercalam-se peessedebês e petês. Agora, um ‘demo’.

Ano após ano, mais do mesmo: choveu, alagou. Em resposta, o “poder” público culpa São Pedro. E é no lombo dos manifestantes que a polícia desce o sarrafo!

- PS.: Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 19h57

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carnaval 2010: Vai-Vai celebra 80 anos e copa do mundo

São Paulo - A Vai-Vai chega ao carnaval de 2010 em meio às comemorações do aniversário de 80 anos da escola, fundada em 1º de janeiro de 1930. A data será lembrada durante o desfile no sambódromo do Anhembi e em comemorações ao longo do ano, que incluem o lançamento de um documentário sobre a história da escola. O aniversário da Vai-Vai também coincide com os 80 anos da Copa do Mundo. A combinação desse duplo Jubileu de Carvalho (celebração de 80 anos) será o tema do samba-enredo intitulado "É bom no samba, é bom no couro", que parte do futebol para contar uma história de superação de povo brasileiro.

Essa história começa pelo abre-alas, um acoplamento de três carros alegóricos que relembra as origens africanas do País. Em outro carro, a escola quer reunir jogadores de diferentes edições da Copa do Mundo. Segundo o diretor de Carnaval, Louviral Almeida, o desfile foi planejado para ter equilíbrio, sem que um setor se sobreponha aos demais. "Talvez, apenas o primeiro setor tenha um impacto mais forte, porque resgata a africanidade da população. Isso cria um senso de identificação muito grande," acredita Almeida.

A Vai-Vai será a sétima e última escola a desfilar no primeiro dia. Ela deve entrar na avenida às 4h45 (madrugada de sábado), com 4 mil componentes espalhados em 29 alas. A rainha Camila Silva e a madrinha Amanda Françozo acompanharão os 300 componentes da bateria.

Na ala dos convidados, aparece uma figura polêmica: o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, famoso por comandar a operação da PF que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. Depois de participar de um ensaio da escola, o delegado confessou ter gostado bastante do samba, e acabou recebendo o convite para fazer parte do desfile no Anhembi. "Mas avisei que quem manda sou eu", brincou Edmar Thobias, presidente da Vai-Vai. "Eu que mando prender e soltar aqui", disse. Na avenida, Protógenes vai usar calça e sapatos brancos e uma bata com temas africanos. Além de Protógenes, a escola deve contar também com a presença do técnico Vanderley Luxemburgo.

A Vai-Vai é a recordista em títulos do carnaval paulista, com 13 campeonatos, o último conquistado em 2008. Para conseguir uma nova vitória, a agremiação preta e branca contou com um orçamento superior a R$ 2 milhões.

História

O calendário da escola em 2010 traz ainda o documentário "Vai-Vai - 80 anos nas ruas" com lançamento previsto para abril. A produção contará a história da escola a partir do depoimento da Velha Guarda, carnavalescos, sambistas e pessoas próximas, como o ministro dos Esportes, Orlando Silva, e a apresentadora Eliana. A direção do documentário é de Fernando Capuano, o mesmo do filme Hotel Atlântico.

Segue a letra do samba-enredo da Vai-Vai:

Vem, meu amor

Quero te ver nessa folia, bis

Vem comemorar

80 anos de alegria.

Eu viajei e vislumbrei essa história

num lindo conto de magia

oitenta páginas de glórias

"orei, mãe África".

Peço licença a seus orixás

a negritude que herdei de ti

me fez vencer tantas batalhas

eu superei guerras e adversidades

e hoje brindo a liberdade

é show de bola essa emoção.

Corta o beque, faz a finta, olé

Majestade soberana, Pelé

A voz do povo que ecoa da favela é Mandela.

O mundo foi jogando na retranca,

o futebol a única esperança.

A democracia e a globalização

deram aos craques supervalorização

e agora o "bixiga" faz a festa

"vão bora" minha escola a hora é essa.

Vai-Vai, celeiro de bambas

Um só coração, a ginga e o samba

A copa realmente hoje é do povo

trazendo de novo

o sonho de gritar "é campeão".


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Procuradoria Eleitoral recomenda cassação de 14 vereadores de São Paulo

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O procurador eleitoral de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, recomendou em parecer a cassação de 14 vereadores de São Paulo suspeitos de receberem doações ilegais na campanha de 2008. O parecer foi entregue nesta quarta-feira ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), que decidirá se mantém a cassação dos vereadores.

No dia 19 de outubro, o juiz Aloísio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitora, cassou os mandatos de 13 dos 55 vereadores de São Paulo por recebimento de doações ilegais na campanha eleitoral de 2008. Desses, seis são do PSDB --que tem 12 vereadores ao todo-- e quatro são do DEM --dos sete. A decisão torna os vereadores inelegíveis por três anos.

No dia seguinte, o mesmo juiz suspendeu as cassações para que o TRE decidisse o mérito da questão. Em 28 de outubro, Silveira cassou também o suplente Vinícius de Almeida Ferreira (PR), o Quito Formiga, que já ele tomou posse como vereador no começo deste ano.

O parecer do procurador foi dado em recurso do vereador Carlos Alberto de Quadros Bezerra Júnior, líder do PSDB na Câmara. "As questões meritórias levantadas pelo recorrente não merecem acolhida", afirma Gonçalves, no parecer.

A posição da Procuradoria pode ser estendida aos outros cassados --Paulo Sérgio Abou Anni (PV), Adilson Amadeu (PTB), Wadih Mutran (PP), Adolfo Quintas Neto (PSDB), Carlos Alberto Apolinário (DEM), Cláudio Roberto Barbosa de Souza (PSDB), Dalton Silvano do Amaral (PSDB), Domingos Odone Dissei (DEM), Gilson Almeida Barreto (PSDB), Marta Freire da Costa (DEM), Ushitaro Kamia (DEM), Ricardo Teixeira (PSDB) e Quito Formiga.

O juiz cassou os vereadores por doações feitas pela AIB (Associação Imobiliária Brasileira), que repassou R$ 1,655 milhão a eles. Por lei, a entidade é proibida de fazer doações a candidatos. O caso das doações ilegais foi revelado pela Folha em abril deste ano. A AIB é uma associação acusada de funcionar como entidade de fachada do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) para fazer doações a políticos; o sindicato sempre negou qualquer vínculo com as doações.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SP: desabrigados estão sem água há um mês

Alagados sem água

Thiago Braga
do Agora

Depois de conviverem com os alagamentos frequentes, os moradores da região do Jardim Pantanal (zona leste de SP) que se mudaram para o prédio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) Portal da Serra, em Itaquaquecetuba (Grande SP), agora têm que conviver com a falta de água no local.

No final do ano passado, 180 famílias que foram afetadas pelo alagamento foram transferidas para este condomínio de forma definitiva. Os moradores, que ainda não estão pagando as prestações dos apartamentos, contam que o começo deles no novo lar foi perfeito. Bons apartamentos de dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e, o melhor de tudo, longe da água da enchentes que tanto os assustava. Mas não demorou para a tranquilidade ir embora.

Segundo os moradores, a água da rua não consegue abastecer a caixa-d'água do condomínio. Para encher a caixa, é preciso que um caminhão-pipa pegue a água da rua e a transfira para o reservatório. Na torneira que deveria sair água, só sai ar e a quantidade de caminhões-pipa não é suficiente, segundo os moradores.