Sob águas há dois meses, moradores pobres de São Paulo decidiram fazer nesta segunda (8) o que lhes resta: protestar.
Acompanhada de políticos do PT e do PSOL, uma multidão de cerca de 200 pessoas aglomerou-se defronte do prédio da prefeitura.
Alguns traziam na face narizes de palhaço. Outros portavam garrafas com a água suja das enchentes e recipientes com cobras trazidas pelas águas.
Para o barulho, buzinas de mão. Para amplificar a voz: faixas e cartazes. Entre outras coisas, os manifestantes pedem:
A desobstrução de uma barragem, para facilitar o escoamento das águas da chuva e moradias para os que perderam suas casas. Súbito, deu-se um rififi.
A PM do governador José Serra e a Guarda Municipal do prefeito Gilberto Kassab resolveram lidar com o protesto na base do cassetete e do gás de pimenta.
“Incompetência e insensibilidade”, abespinhou-se o vereador petista José Américo. Prometeu representar contra o comandante da operação.
No comando, o major PM Marcos Antonio Rangel Torres explicou-se assim:
"A PM não tinha ordem para usar gás de pimenta contra ninguém. Se houve exagero, isso será apurado pela Polícia Militar".
Passado o lufa-lufa, uma comissão de manifestantes foi, afinal, recebida na Secretaria de Relações Institucionais da prefeitura.
Nem sinal do prefeito ‘demo’ Gilberto Kassab. Nada de concreto foi deliberado. Marcou-se nova reunião para sexta-feira.
Os manifestantes esperam que, além de Kassab, também o governador tucano José Serra dê as caras.
O tucanato exerce o poder em São Paulo há arrastados 16 anos. Na prefeitura, depois dos flagelos Maluf e Pitta, intercalam-se peessedebês e petês. Agora, um ‘demo’.
Ano após ano, mais do mesmo: choveu, alagou. Em resposta, o “poder” público culpa São Pedro. E é no lombo dos manifestantes que a polícia desce o sarrafo!
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Escrito por Josias de Souza às 19h57
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