sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Diego Padgurschi/Folha
Vencidos os obstáculos internos, Fernando Haddad, agora candidato único do PT à prefeitura de São Paulo, vai à cata de aliados externos.
Conta novamente com o auxílio do patrono Lula. O ex-soberano voltou a dizer, em privado, que não desistiu de enficar o PMDB dentro da chapa de Haddad.
A despeito de estar às voltas com o tratamento quiomiterápico contra o câncer, Lula revela a intenção de procurar o vice-presidente Michel Temer.
Já conversaram sobre o tema. Temer refugou a oferta de indicar um vice para a coligação encabeçada por Haddad. Mas Lula acha que o jogo não está jogado.
Tomados pelas palavras, Temer e os principais caciques do PMDB mantêm o propósito de empinar em São Paulo a candidatura do deputado federal Gabriel Chalita.
Líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) sintetiza: “Um partido só é forte no Brasil se tiver força em São Paulo.”
Daí a aparente determinação de Temer e Cia. de fugir do papel de coadjuvante que Lula programou para o PMDB na maior e mais rica capital do país.
Haddad e Chalita exibem uma debilidade comum: caras novas, com percentuais miúdos nas pesquisas, são candidatos, por assim dizer, vídeo-dependentes.
Precisam de tempo de propaganda para vender o peixe e fisgar votos. Por ora, nem PT nem PMDB lograram amarrar nenhuma parceria.
Lula e o petismo priorizam, além do PMDB, PDT e PCdoB. Vão atrás também do PR. Receiam que o PP de Paulo Maluf, que flerte com o PSDB, seja causa perdida.
Temem, de resto, que o PSB do governador pernambucano Eduardo Campos, já esteja demasiado comprometido com o PSD de Gilberto Kassab.
Quanto ao PMDB, torce para que o DEM, dono de algo como três minutos no rádio e na TV, se desentenda com o tucanato e se anime a compor com Chalita.

Escrito por Josias de Souza às 15h05

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