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sexta-feira, 29 de maio de 2015
Tamanduá é abandonado no parque Ibirapuera (SP)
Noelle Marques Do UOL, em São Paulo
SVMA/Fauna
Funcionário exibe filhote de tamanduá que foi abandonado no parque Ibirapuera
Um filhote de tamanduá foi abandonado nesta semana no parque
Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. O animal de três meses de vida e
2,2 kg foi encontrado dentro de uma caixa de papelão, que estava próxima
ao portão oito do parque. Segundo a Secretaria do Verde e Meio
Ambiente de São Paulo, o filhote foi encaminhado para o Centro de Manejo
e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas), que fica localizado no
Parque Anhanguera, onde passou por exames e está tratando alguns
ferimentos. Não foi informado para onde o animal será levado após se
recuperar. O tamanduá não é encontrado naturalmente na cidade de São Paulo.
O abandono de animais é considerado crime ambiental, previsto no artigo
32 da Lei federal 9.605/98 de Crimes Ambientais, com pena de três meses
a um ano de detenção, além de multa. A Divisão de Fauna do
Parque Ibirapuera, que desenvolve ações de proteção e conservação da
fauna silvestre, recebe animais silvestres de segunda a quinta-feira,
das 8h às 16h, e as sextas-feiras, das 8h às 12h, na avenida IV
Centenário, no portão 7A.
Consultas em unidades de saúde de São Paulo caíram 21% em 2014
THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO
Saindo do centro de SP, fora do rush, um médico que trabalha na unidade
de saúde Castro Alves, em Cidade Tiradentes, dirigirá mais de uma hora
para atravessar a zona leste. Passará por favelas, ruas com esgoto a céu
aberto e até um pasto com vacas. Ao chegar, não se sentirá seguro:
queixas de assaltos ou agressões não são raras.
O roteiro ajuda a explicar por que não havia pediatra nesse posto em 91%
dos dias do ano passado. Mais do que isso, reflete parte do problema
por trás da redução de atendimentos básicos de saúde na cidade no ano
passado.
O número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam
assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em
2014, no segundo ano de mandato de Fernando Haddad (PT) –foram 5,8
milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior.
A principal explicação da prefeitura e de entidades é a falta de médicos, mas também há questionamentos sobre a redução de verbas.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Silvana Ferreira, 39, reclama da falta de médicos na AMA
Marca do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na área da saúde, essas 98
AMAs funcionam das 7h às 19h, de segunda a sábado, e são administradas
por convênios ou contratos da prefeitura com as chamadas organizações
sociais de saúde (OSS).
Elas são uma porta de entrada do SUS e servem como "peneira", para
desafogar os prontos-socorros, dispensando os casos mais simples –tendo
função diferente das AMAs 24 horas, que atendem urgência e emergência.
Editoria de Arte/Folhapress
O atendimento é voltado à atenção básica, assim como nas Unidades
Básicas de Saúde municipais, que fazem consulta com hora marcada.
Mesmo nas UBSs a situação não é animadora. A quantidade de consultas em
2014 se manteve praticamente estável -elas variaram de 7,98 milhões para
7,99 milhões.
O próprio secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, porém, aponta a
precariedade. Diz que deveria haver 600 UBSs, mas existem 450. "Só que
200 delas não merecem esse nome. Deveriam se chamar CBS, casinhas
básicas de saúde", afirma, referindo-se ao número insuficiente de
consultórios e profissionais.
RECURSOS
Tanto a gestão Haddad como as entidades atribuem a queda de 1,5 milhão de consultas à falta de médicos –um problema histórico.
Mas há também um impasse recente entre as partes que pode ter agravado a situação.
As organizações sociais se queixam de atrasos e cortes de até 30% de
recursos da prefeitura. Dizem que isso teve reflexo na captação de
equipes.
Já a gestão Haddad alega que isso é motivado pelo não cumprimento de
meta das organizações, que deixam de usar parte dos repasses ao não
contratar médicos e, por isso, sofrem descontos. A prefeitura diz que,
em 2014, mais de R$ 100 milhões não foram gastos por falta de
contratação de equipes pelas entidades.
Nas eleições municipais, parte do PT defendeu a eliminação dessas
parcerias na saúde, alegando que são custosas e com fiscalização frágil.
Mas Haddad prometeu mantê-las. Há alguns meses, ele reformulou os
contratos com as OSS: antes, previam meta de atendimento, mas não uma
equipe mínima; agora, é necessário atender também ao segundo requisito.
Essas AMAs deveriam ter equipe médica com dois clínicos, dois pediatras,
um cirurgião geral ou ginecologista, enfermeiros e técnicos.
Na Castro Alves, pacientes saíam reclamando da falta de médicos na
última quarta (6). "Nunca tem médico! Por que uns podem [ter acesso a
tratamento de saúde] e outros não?", criticou a dona de casa Silvana
Ferreira, 39.