Há dois Kassabs na praça. Um potento e um fracasso. O Kassab portentoso criou um partido novo (PSD) e aparelhou-o com o beneplácito do STF (verba pública e propaganda na tevê). Pôs um pé num projeto de poder federal (Eduardo Campos) e o outro numa canoa reeleitoral (Dilma Rousseff). O Kassab fracassado esqueceu-se de cumprir a obrigação para a qual fora eleito: governar a cidade de São Paulo.
Se prefeitura fosse escola, Gilberto Kassab tomaria bomba, informa o Datafolha. Numa escala de zero a dez, o paulistano concedeu ao prefeito a nota 4,4. Entre os executivos das seis principais capitais do país, o de São Paulo exibe a pior avaliação. Desde março de 2007, quando sua nota era 3,9, Kassab não aparecia tão mal na foto. Evidência de que, na prefeitura, faz o pior o melhor que pode. Ruim para o tucano José Serra, que frequenta o ringue de 2012 com o fracasso no córner.
Na outra ponta, Márcio Lacerda (PSB) e Eduardo Paes (PMDB), prefeitos de Belo Horizonte e do Rio, aparecem no ranking do Datafolha com as melhores notas: 6,4 e 6,3, respectivamente. Nada brilhante. Mas o suficiente para guindar os dois, candidatos à reeleição, ao topo das preferências.
Na capital mineira, Lacerda saboreia uma dianteira de 17 pontos percentuais sobre o antagonista Patrus Ananias, o candidato petista que Dilma Rousseff levou à raia na penúltima hora. Bom para o presidenciável do PSDB Aécio Neves, principal escora do neossocialista Lacerda. Ruim para o PT, que estava na aliança do PSB e desembarcou por medo de converter-se em azeitona na empada federal de Aécio.
Na capital fluminense, o ex-tucano Paes aparece no Datafolha como candidato a um triunfo de primeiro turno. A caminho da insignificância, PSDB e DEM ganham matéria prima para um seminário sobre o fim do mundo. Vice de Sérgio Cabral e candidato à sucessão estadual, Luiz Pezão enxerga o pezinho de Paes invadindo-lhe o território. Além do senador Lindberg Farias (PT), um aliado com cara de futuro rival, Pezão assiste em 2012 ao nascimento de um adversário doméstico para 2014.
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