Martinelli resgata seu rosa original dos anos 1930
Na colher do pedreiro, a massa fresca é tão rosa quanto a do fim da década de 1920, quando o Edifício Martinelli...
Na colher do pedreiro, a massa fresca é tão rosa quanto a do fim da década de 1920, quando o Edifício Martinelli estava sendo erguido. "A diferença é que, na época, a coloração vinha de um tipo de cimento europeu. Hoje, utilizamos argamassa pigmentada", explica o conservador e restaurador Antonio Sarasá. Desde 2008, ele comanda o trabalho de recuperação do histórico arranha-céu de 130 metros de altura, um dos símbolos da cidade.
O restauro era necessário. E não só porque, com o passar dos anos, o Martinelli foi desbotando pelo tempo, pelas chuvas, pela poluição. Para um senhor prédio de quase 80 anos - apesar de inaugurado em 1929, ele só foi concluído em 1934 -, perder o brilho não era o maior problema. "Havia infiltração no telhado, janelas deterioradas, pisos soltos e sem cor...", enumera Sarasá.
A administração do prédio entendeu que uma intervenção era necessária. Começou então uma verdadeira obsessão por conter os gastos, para que fosse possível bancar a recuperação. "Começamos a economizar energia e água. Tudo para fazer caixa", explica o supervisor de manutenção do edifício, Nivaldo Peixoto Júnior. Em 2003, a conta mensal de água girava em torno de R$ 41 mil. Hoje, não passa de R$ 32 mil.
A obra começou em 2008, pela parte estrutural. "Só há poucos meses passamos a mexer na fachada. Então o trabalho se tornou visível a quem passa em frente", diz Sarasá. Até agora, R$ 1,5 milhão já foram investidos. E o rosa voltou mais vivo entre os andares 22 e 26. Também foi feito um trabalho de eliminação de pragas. "O prédio estava infestado", conta Sérgio Magno, químico responsável pelo serviço.
O Martinelli teve sua fase áurea até 1945. Na época, o então maior prédio de São Paulo tinha salões de dança, cinema, hotel e restaurante. Entre 1945 e o fim da década de 1970, o luxo deu lugar à decadência. O que era um classudo hotel se transformou em hospedaria de alta rotatividade. O endereço também abrigou bares, boates e um espaço de entretenimento adulto - misto de cabaré e cassino. Com o passar dos anos, o prédio se transformou em cortiço. Em 1975, a Prefeitura desapropriou o Martinelli e começou a restaurá-lo. Reinaugurados em 1979, seus andares foram locados a órgãos públicos e empresas privadas.
Imaginário. Mesmo com altos e baixos, o gigante rosa jamais perdeu seu espaço no imaginário dos paulistanos. Em 1995, o escritor Marcos Rey (1925-1999) lançou O Último Mamífero do Martinelli, em que narra a história fictícia de um sujeito que se esconde nas obras do prédio.
O restauro era necessário. E não só porque, com o passar dos anos, o Martinelli foi desbotando pelo tempo, pelas chuvas, pela poluição. Para um senhor prédio de quase 80 anos - apesar de inaugurado em 1929, ele só foi concluído em 1934 -, perder o brilho não era o maior problema. "Havia infiltração no telhado, janelas deterioradas, pisos soltos e sem cor...", enumera Sarasá.
A administração do prédio entendeu que uma intervenção era necessária. Começou então uma verdadeira obsessão por conter os gastos, para que fosse possível bancar a recuperação. "Começamos a economizar energia e água. Tudo para fazer caixa", explica o supervisor de manutenção do edifício, Nivaldo Peixoto Júnior. Em 2003, a conta mensal de água girava em torno de R$ 41 mil. Hoje, não passa de R$ 32 mil.
A obra começou em 2008, pela parte estrutural. "Só há poucos meses passamos a mexer na fachada. Então o trabalho se tornou visível a quem passa em frente", diz Sarasá. Até agora, R$ 1,5 milhão já foram investidos. E o rosa voltou mais vivo entre os andares 22 e 26. Também foi feito um trabalho de eliminação de pragas. "O prédio estava infestado", conta Sérgio Magno, químico responsável pelo serviço.
O Martinelli teve sua fase áurea até 1945. Na época, o então maior prédio de São Paulo tinha salões de dança, cinema, hotel e restaurante. Entre 1945 e o fim da década de 1970, o luxo deu lugar à decadência. O que era um classudo hotel se transformou em hospedaria de alta rotatividade. O endereço também abrigou bares, boates e um espaço de entretenimento adulto - misto de cabaré e cassino. Com o passar dos anos, o prédio se transformou em cortiço. Em 1975, a Prefeitura desapropriou o Martinelli e começou a restaurá-lo. Reinaugurados em 1979, seus andares foram locados a órgãos públicos e empresas privadas.
Imaginário. Mesmo com altos e baixos, o gigante rosa jamais perdeu seu espaço no imaginário dos paulistanos. Em 1995, o escritor Marcos Rey (1925-1999) lançou O Último Mamífero do Martinelli, em que narra a história fictícia de um sujeito que se esconde nas obras do prédio.
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