Da Redação
Em São Paulo
Uol Notícias
O ex-governador Geraldo Alckmin é o candidato do partido às eleições para a prefeitura de São Paulo. Uma prévia feita por alckmistas e a organização da convenção garantem a vitória do candidato. De um total de 1.344 convencionais, 1.164 compareceram. O resultado oficial deve sair no final da tarde. Com a decisão deste domingo (22), chega ao fim a "novela" que foi a escolha do candidato tucano.
Alckmin chegou à convenção acompanhado apenas pela mulher, Maria Lúcia. Alguns membros do partido esperavam que o governador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estivessem ao lado de Alckmin em sua chegada.
Ele negou que sua candidatura concretize um racha dentro do PSDB. "É natural que dentro de um partido grande como é o PSDB exista divergência de pensamentos. O tempo da divergência acabou. Agora todos estarão unidos em minha campanha", disse Alckmin.
Em relação à ausência de Serra, o candidato minimizou. "Não tenho nenhuma divergência com José Serra. Eu sempre o apoiei e sei que ele me apoiará agora. Nossa divergência é apenas de fuso horário", disse.
Partido rachado
Quando decidiu sair candidato a prefeito, em meados do ano passado, Alckmin deflagrou uma disputa dentro do PSDB, que acabou dividido entre a sua candidatura e o apoio à reeleição do prefeito Gilberto Kassab.
Os alckmistas, liderados pelos deputados federais Silvio Torres e Edson Aparecido, de um lado, e os tucanos que apóiam o prefeito, liderados pelo vereador Gilberto Natalini e o secretário de Esportes, Walter Feldman, de outro lado, protagonizaram um racha que pode ter conseqüências nas eleições de 2010 para governador e presidente.
Para piorar, um fato ocorrido na última quinta-feira (19) -uma denúncia de aliciamento de delegados do partido- agravou ainda mais a péssima relação entre as duas alas.
Pedro Vicente, alckmista e presidente do diretório do PSDB no Jardim São Luís, zona Sul de São Paulo, afirmou que recebeu uma proposta de R$ 100 mil "da parte de vereadores do PSDB" para assinar a lista em favor da chapa encabeçada pelo atual prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A denúncia caiu como uma bomba. Tucanos saíram em revoada. Era preciso um bombeiro para apagar o incêndio. E foi o que aconteceu na noite de sábado (21).
Um acordo costurado pelo governador José Serra baixou, pelo menos por enquanto, a temperatura do clima quente entre tucanos. Temendo ser responsabilizado pela derrota de Alckmin e até mesmo por um quebra-quebra na convenção, Serra deu ordem a seu grupo para que desistisse da disputa na convenção. Disse que o embate se daria nas urnas.
Os tucanos que apoiavam Kassab obedeceram e se retiraram, apesar de contrariados com a decisão. O secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, disse, na manhã deste domingo, que será impossível os secretários tucanos, que fazem parte do governo Kassab, caminhar junto a Alckmin nestas eleições.
A partir de agora o discurso oficial será o da união. Mas daqui a 2010 muita água ainda vai rolar nesse oceano que separa Alckmin de Serra.
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